Em Vargem Grande, paz e qualidade de vida, mas alguns problemas cotidianos

sexta-feira, 27 de abril de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Em Vargem Grande, paz e qualidade de  vida, mas alguns problemas cotidianos
Em Vargem Grande, paz e qualidade de vida, mas alguns problemas cotidianos

Henrique Amorim

Morar em Vargem Grande, uma localidade do Cônego a apenas dez minutos do Centro—quando o Paissandu não está engarrafado—é um privilégio. O lugar é bastante aprazível, cercado de muito verde e imponentes montanhas, que figuram como cartão-postal às janelas e varandas de casas, chalés em estilo suíço e apartamentos dos muitos condomínios. Vargem Grande pode orgulhar-se por não ter sofrido grandes problemas na tragédia de 2011 e usufruir com regularidade de serviços públicos básicos, como a coleta de lixo, a capina e a manutenção no calçamento de paralelepípedos de suas principais ruas: Maria Francelina Barros, Aurora Silveira e Tupiniquins.

A circulação a cada meia hora dos micro-ônibus da linha Centro-Granja do Céu via Vargem Grande e pela manhã da linha Centro-Sítio São Luiz não gera reclamações entre os usuários entrevistados pela reportagem de A VOZ DA SERRA que visitou Vargem Grande essa semana. A pracinha Dr. Armênio Flores bem lembra uma típica localidade de interior com bancos de madeira circundados por brinquedos—quem diria, preservados—e grandes árvores sombreiras, mas a localidade também apresenta alguns problemas: as luminárias da pracinha estão quebradas e a pouca luminosidade à noite preocupa os moradores. “Antes podíamos passar o tempo e conversar na praça, mas com pouca luz fica perigoso”, observa um morador. Mesmo assim, a maioria dos moradores não poupa elogios ao lugar: “Moro aqui há 12 anos e acho a Vargem Grande do Cônego o melhor lugar do mundo. Aqui tenho paz total. É um silêncio invejável, onde podemos ouvir o som da natureza. Fui outro dia à casa do meu filho em Copacabana [Rio de Janeiro] e não aguentei tanto barulho, poeira e calor. Aqui sim, é o paraíso. Temos qualidade de vida”, diz o morador Adir Rodrigues Barbosa.

Os problemas observados na localidade nem de longe se assemelham aos enfrentados pelos moradores de locais afetados pela tragédia. No final da Rua Augusta Horne, por exemplo, a inexistência de uma galeria de captação de águas pluviais provocou, com as chuvas dos últimos três anos, o afundamento da pista junto a um terreno baldio. Os carros trafegam com dificuldade pelo local e aos motoristas é preciso atenção redobrada. Na Rua Maria Francelina Barros um ponto de parada de ônibus não tem guarita e os usuários reclamam do fato de terem que aguardar pelo coletivo ao relento. Em dias de bom tempo é o sol que atrapalha. Em dias chuvosos, a falta de abrigo é um transtorno. Porém, o trecho da calçada é bastante estreito e dificulta a construção da guarita.

Já na Rua Aurora Silveira, a cobertura com telha de amianto de uma guarita foi quebrada por um ônibus há cerca de três meses e até hoje permanece sem reparo. Ao longo da via, calçadas quebradas e o despejo de entulhos impedindo a circulação de pedestres são queixas rotineiras, mas figuram maus hábitos dos próprios moradores. Na esquina das ruas Aurora Silveira e Tupiniquins, equipes da Prefeitura seguem as obras de construção de um muro de contenção que ruiu com as chuvas de janeiro do ano passado. No alto da Rua Tupiniquins, parte da via está cedendo junto a uma ribanceira e é motivo de preocupação para os moradores. A necessidade de obras de reparos no local já foi encaminhada à Prefeitura.

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