Tradição desta época do ano, a caixinha de Natal está ainda mais evidente nos estabelecimentos comerciais, de serviços e nas ruas de Nova Friburgo. Em função da crise econômica que vem provocando retração na economia brasileira, o costume parece estar mais popular este ano. Prova disso, é a variedade de caprichadas caixinhas espalhadas nos mais diversos pontos da cidade com intuito de reforçar o orçamento de fim de ano de diversas categorias profissionais. Porteiros, manicures, garagistas, vendedores, garçons, caixas, balconistas, manobristas, garis, faxineiros e entregadores estão entre os trabalhadores que não dispensam o recurso para incrementar os festejos natalinos e de ano-novo.
A fim de garantir o maior número de contribuições, há quem deixe a vergonha de lado e se empenhe ao máximo para pedir doações. É o caso dos jovens Ozório Siqueira Gomes e Pedro Bianchini, que trabalham no caixa de uma popular loja de R$ 1,99. Simpáticos e bem humorados, os dois costumam perguntar aos clientes se as moedas de troco podem ir para a caixinha, o que geralmente é aceito. “A gente pede para todo mundo e as colaborações estão indo bem. Vamos abrir as caixinhas neste dia 24, no final do expediente, e dividir o total entre os oito funcionários”, explicam os jovens. O valor que costuma ser arrecadado, entretanto, eles não revelam, mas dão uma pista. “Dá pra deixar a gente bem feliz e incrementar o nosso Natal. O patrão também sempre contribui e arredonda o total que arrecadamos”, dizem eles acrescentando que também recebem o 13º salário.
Outra estratégia que vem sendo muito utilizada pelos trabalhadores, especialmente do comércio, é o cuidado na preparação das caixinhas. Além do acabamento primoroso, com direito a bonitos papéis de presente, algumas se destacam pelas sugestivas mensagens e criatividade. Nesse quesito, a feita com uma cesta de palha ao invés da tradicional caixa de papelão tem chamado a atenção dos frequentadores de um restaurante a quilo do centro da cidade. “Os clientes aprovaram e estão contribuindo bastante. O dinheiro extra da caixinha é sempre muito bem vindo para incrementar o nosso fim de ano”, disse a caixa Lorraine Ferraz.
Melhor amigo do homem também tem a sua
Vale destacar que as caixinhas não engordam somente o orçamento de várias categorias profissionais. Na banca de jornal situada em frente ao antigo fórum, uma enfeitada casinha pede colaborações para o melhor amigo do homem. A inovação foi adotada há alguns anos por Cristina Paxeco, que recolhe animais abandonados nas ruas da cidade. Atualmente, ela cuida de mais de 300 cães e gatos em um canil anexo à sua casa, na Fazenda da Laje, distrito de Conselheiro Paulino. "O dinheiro da caixinha ajuda na compra de ração e medicamentos para os animais”, explica ela, que costuma contabilizar as doações na véspera de Natal.
Apesar de ser um costume típico desta época do ano, a popular caixinha não é obrigatória e as contribuições são opcionais. O gesto de colaborar representa um reconhecimento a trabalhadores que fazem a diferença no dia a dia. Sem contar que estimula a confraternização e os sentimentos de alegria e fraternidade, tão característicos desta época do ano.
Para definir a quantia a ser dada, a dica dos especialistas é considerar a proximidade e a importância da pessoa no cotidiano. Outra regra válida é oferecer o que cabe dentro do orçamento, com valores variando entre R$ 10 e R$ 50. Quem pode dar mais pode estabelecer uma quantia equivalente a 10% do salário de trabalhadores que prestam serviços que facilitam o dia a dia como os porteiros. Para não provocar um rombo nas finanças, especialistas reforçam a importância de se programar para poder oferecer essa gentileza.
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