TEXTO E FOTOS: ALEX SANDRO SANTOS
(alex.sandro.fotografias@gmail.com/www.alexsandrofotos.blogspot.com)
Nova Friburgo é terra boa. Basta uma passadinha por algumas localidades desta bela cidade serrana para contemplar grandes áreas de plantações rurais. O município é o segundo maior no cultivo de flores de corte do país e também na plantação de couve-flor. Os produtos fresquinhos que se encontram nos mercados da cidade e até na capital do estado, assim como tomates, pimentões, abobrinhas e cenouras, entre outros, nascem em terras friburguenses.
Certamente o clima propicia a expansão do trabalho, que, no entanto, exige do produtor dedicação ampla e diária, pois é necessário que ele esteja de pé antes do sol nascer para regar e roçar a terra, enfrentando o frio das manhãs serranas, que no inverno chega até a alguns graus negativos. Mas, faça sol ou chuva, lá vai o produtor, enxada na mão, a capinar e a cuidar de sua plantação. Alguns podem considerar este um bom negócio, afinal, este cidadão não precisa apanhar ônibus lotado para ir e vir do trabalho; dispensa lamentações de patrões preocupados com as receitas da empresa, e ainda divide seu espaço com pássaros cantando e toda a natureza a seu dispor. Mas, por outra ótica, os produtores rurais só podem contar com o tempo e a fé de que amanhã não haverá tempestade de granizos, o que pode liquidar totalmente uma plantação; que o sol nascerá com fulgor por trás das montanhas que circundam Nova Friburgo, pois é vital a luz solar para que cresçam suas hortaliças, verduras, frutas, temperos... E que a chuva também despenque do céu na quantidade certa.
Ismael Nogueira e dona Irene conhecem bem essa situação. Há mais de 30 anos o casal se sustenta com a produção agrícola no Sítio São Luiz, próximo ao Cônego. Em sua propriedade, com cerca de dois mil metros quadrados, seu Ismael planta alface, couve, repolho, brócolis, almeirão, mostarda, temperos verdes, espinafre e legumes como cenoura e beterraba. Ele já plantou flores, mas preferiu se dedicar somente ao que produz atualmente. Sua produção destina-se ao Supermercado Cavalo Preto, o qual atende diariamente, os moradores da própria e pacata localidade, e à feira de Olaria, onde Ismael possui um espaço para comercializar seus produtos que, aliás, são livres de agrotóxicos.
Segundo Ismael, uma alface, produto que ele mais vende, leva cerca de 90 dias até poder ser colhida. Os primeiros 45 dias são numa estufa, os demais na terra. Contudo, para plantar a hortaliça no chão primeiro deve-se preparar o terreiro e para isto é usada uma tobata (microtrator), plantando as alfaces com distância mínima de 15 centímetros entre elas, para que possam crescer e espalhar suas folhagens. A água para regar a plantação vem de uma nascente e são usados centenas de metros de canos e alguns giradores para molhar a terra em círculos e em distâncias longas. O valor médio de uma alface produzida pelo casal é de R$ 0,35 cada. Quem quiser obter mais informações sobre o trabalho de Ismael ou mesmo fazer encomendas pode ligar para (22) 2519-2336.
NOTA - Dias após conceder seu depoimento para esta matéria, o agricultor do Sítio São Luiz, Ismael Nogueira, faleceu. Lamentamos a perda e comunicamos que suas declarações nesta reportagem e a publicação de suas fotografias foram autorizadas por seus familiares.
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