A primeira parcela dos salários dos servidores públicos do estado do Rio de Janeiro foi paga na última quinta-feira, 5, e a segunda parcela será depositada nas contas do funcionalismo nesta sexta-feira, 6. De acordo com a secretaria estadual de Fazenda, os valores das duas parcelas são de R$ 316 e R$ 1 mil, respectivamente.
“Com o pagamento desta segunda parcela, a folha salarial estará inteiramente quitada para 76% da folha líquida de R$ 2,1 bilhões e para 67% do funcionalismo público. O depósito e a antecipação de pagamento, no valor de R$ 1.000, acima dos R$ 342 inicialmente programados para o dia 9, ocorreram em virtude do aumento da arrecadação tributária prevista para o período", informou em nota. As próximas parcelas de novembro estão programadas para os dias 11, 13 e 17 deste mês.
Segundo a secretaria, apenas os servidores ativos da educação, da Procuradoria-Geral do Estado, da secretaria estadual Fazenda e de Planejamento e Gestão, ativos e inativos da Segurança (Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Administração Penitenciária) e parte dos servidores ativos da secretaria de Saúde receberam o salário integral até o dia 30 de dezembro.
A secretaria de Fazenda ainda não comunicou quando serão pagos o salário de dezembro e o 13º salário dos servidores. Por causa dessa situação, um grupo de manifestantes realizou um protesto na manhã desta quinta-feira, 5, no Rio de Janeiro. Por volta das 11h, eles saíram do Largo do Machado e caminharam em direção à sede do governo, em Laranjeiras, na Zona Sul.
O grupo protesta contra o atraso nos pagamentos de salários e pede a saída do governador Pezão. Eles reclamam que estão há 65 dias sem salário e trabalhando em condições precárias. Por causa do protesto, o policiamento está reforçado no local e o trânsito interditado. Gritos de "Fora, Pezão!", "Queremos salários" e "O servidor voltou" podiam ser ouvidos durante a manifestação. O protesto foi pacífico.
A agente administrativa Vânia Bochi foi cedida pelos estado para o município. Ela trabalha no posto de saúde Sylvio Henrique Braune, no Suspiro, e fala do drama que é viver com salário atrasado.
“É humilhante, pois parece que temos um patrão fantasma, que temos de gritar, fazer passeatas e, mesmo assim, nada é feito. Nem a Justiça resolve nosso problema, eles inclusive estão em greve por conta dos mesmos problemas. O governo do estado vem escolhendo quem vai receber e quem vai continuar sem salário, pagaram alguns funcionários da saúde, mas médicos, enfermeiros, odontólogos, psicólogos ainda não receberam, como também os chamados cedidos, que é o meu caso”, lamenta.
Ela ainda contou que, em meio a crise, servidores municipais e federais se reuniram e doaram cestas básicas para os colegas do estado. “Tenho colegas que estão devendo ao banco, a cartões de crédito, quem vai pagar as suas dívidas? Amo servir à população, tenho orgulho do meu trabalho, mas precisamos do apoio da sociedade a que servimos, de todos que puderem nos apoiar nas redes sociais, para acabar com a fome e a vergonha na vida dos servidores do Estado”, encerra.
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