Em Debossan, crianças têm aulas em espaços cedidos até por igreja

quinta-feira, 14 de abril de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Os cerca de 160 alunos do primeiro segmento do ensino fundamental (1º ao 5º anos) da Escola Municipal João Vicente Valadares, no bairro Debossan, tiveram que ser transferidos emergencialmente desde o último dia 21 de março para as salas da catequese da capela de São Judas Tadeu e o núcleo comunitário Luz da Serra, ambos próximos à escola, devido à interdição da unidade pela Defesa Civil. O prédio da escola, reformado recentemente — e mesmo sem ter sofrido qualquer avaria com as chuvas de janeiro —, foi interditado por precaução, devido a uma encosta bastante íngreme nos fundos do educandário. Técnicos da Defesa Civil temem que, caso chova forte, a encosta deslize e atinja o prédio, alunos e professores.

Outras quatro escolas da rede municipal de ensino — Tiradentes, no distrito de Amparo e Helena Coutinho, no bairro Olaria, e as creches Emília Adelaide e Emílio Melhorance — atingidos diretamente pelas chuvas, necessitam de reparos e obras urgentes e, portanto, permanecem interditadas. A Secretaria Municipal de Educação estima ser necessário pouco mais de R$ 1,13 milhão para a recuperação estrutural das escolas e a contenção das encostas ao redor das unidades com muros de concreto armado — e estuda a possibilidade de viabilizar parcerias para execução das reformas emergenciais.

Esta não é a primeira vez que os alunos da Escola Municipal João Vicente Valladares são transferidos para a capela e o núcleo Luz da Serra. Há pouco mais de quatro anos a escola foi temporariamente fechada para obras de reforma do prédio, situado em meio a curvas sinuosas da RJ-116 (Itaboraí-Comendador Venâncio/Itaperuna).

— Quem passa por aqui e olha para a escola não entende o motivo da interdição. O prédio está reformado e pintado e a encosta nos fundos não teve avarias, mas é uma precaução. Já pensou acontecer uma desgraça num ambiente cheio de crianças? — observa o pai de um aluno da escola.

A interdição do prédio, porém, gera polêmica no bairro Debossan, pois alguns responsáveis a definem como uma medida exagerada, pois a encosta não foi afetada pelas chuvas.

— Nossos filhos estão estudando em espaços improvisados sem necessidade — reclamou esta semana a mãe de um aluno da escola, por telefone, à redação de A VOZ DA SERRA.

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