Não se passaram nem dois meses da morte do ídolo pop Michael Jackson e já tem muita gente, como o secretário municipal de Turismo, Sergio Madureira, dizendo que o proprietário de Neverland não morreu. Mas não é de hoje que a comoção ao redor da morte de um ídolo deixa o mundo perplexo e esperançoso com a sua volta. Lendas do rock como Jim Morrison, Jimmy Hendrix, Janis Joplin, Kurt Cobain e Raul Seixas são exemplos de monstros sagrados da música que, mesmo após a morte, continuam repercutindo, somando fãs e, pasmem, sendo esperados para um retorno triunfal.
Mas o fato é que a lenda maior, quer dizer, o retorno mais aguardado ainda é o de Elvis Aaron Presley (1935-1977), que completa 32 anos de morte neste domingo, 16. O Rei do Rock, que encontrou seu fim no banheiro da suíte da mansão que possuía em Graceland, na cidade de Memphis, Tennessee, aparentemente não conseguiu convencer ninguém com sua derradeira partida – ainda é possível ouvir gente dizendo que “Elvis não morreu”, que está escondido em algum lugar, com saúde, longe dos problemas que o atormentavam, vivendo sossegado, feliz e muito vivo.
Mas, para os verdadeiros fãs, isso não importa tanto. Ou, pelo menos, não parece importar tanto para Neicy Velozo, já que o intérprete de Love me Tender, Jailhouse Rock e Blue moon of Kentucky, continua vivo em suas paredes, álbuns, memorabílias, fotos, discos, CDs, DVDs, bonecos e muitos outros itens que, sinceramente, impressionam.
A coleção de Neicy não tem números precisos: “Se quer que sua coleção cresça, não conte”, justifica Neicy para não ter seus preciosos itens catalogados. “Foi um conselho que recebi há alguns anos, e não parou de dar certo”, diz o fã. Mas, é óbvio, ele sabe exatamente o que tem, e onde está. Tanto que não cansa de mostrar algumas preciosidades, como vídeos raros do rei tocando versões de Something e Yesterday, duas das músicas mais regravadas em todo o mundo, respectivamente escritas pelos beatles George Harrisson e Paul McCartney, e até uma nota de dólar com o rosto de Presley, que circulou por um tempo nos Estados Unidos, após a sua morte, e que hoje é bastante rara.
Para dar uma ideia do volume de bens que Neicy acumulou, digamos apenas que se sua coleção de discos do Elvis caísse sobre a cabeça de alguém, dificilmente essa pessoa escaparia com vida. São três prateleiras apenas com os discos de vinil, fora os CDs e DVDs que também ocupam boa parte de sua estante. São edições especiais vindas dos lugares mais variados do mundo. Neicy tem até um vinil pirata, algo que, convenhamos, é bem raro e difícil de ver.
Neicy representa uma classe de fãs que não mede esforços para louvar seu ídolo. Participa de encontros de fãs e já viajou até Maryland para conhecer a mansão de Elvis, além de sempre estar presente quando alguns dos músicos que se apresentavam com o Rei, vêm ao Brasil para tocar. Sua coleção, assim como sua saudável obsessão, podem até ser encaradas com estranheza por quem não entende ou ama alguém que em sua trajetória artística, pública e de vida, tenha influenciado, modificado e até tocado de forma significativa outras pessoas.
Mas o fato é que, quem não compartilha dessa espécie de fanatismo, não consegue entender que uma pessoa como Neicy seja capaz de gastar até R$ 500 em um disco, ou mesmo que tenha pendurado em sua parede a capa do The Sun, do dia em que Elvis faleceu. Neicy é a prova viva de que o rei pode até estar morto, mas seu coração e ritmo continuam pulsando e, ao que parece, está longe de ser esquecido.
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