ELEIÇÕES 2014 - Vereador: ‘Fui vítima de uma armação política’

domingo, 05 de outubro de 2014
por Jornal A Voz da Serra

Apesar de ter sido ouvido pela reportagem de A VOZ DA SERRA para a matéria publicada na edição de sexta-feira, 3, sobre o episódio em que a polícia encontrou material de campanha difamatório no carro de um de seus assessores, o vereador Christiano Huguenin procurou o jornal para dar sua versão dos fatos, diante da narrativa prestada por militantes e advogados do PSB. Além de negar qualquer envolvimento na criação ou distribuição dos folhetos, o vereador afirma ter sido vítima de uma "armação política”.

Expondo sua versão dos fatos, o vereador deixou no ar uma possível armadilha, cujo(s) autor(es), por ora, ele optou por preservar. "Na tarde de quarta-feira, dia 1º, eu estava em campanha eleitoral pelas ruas de Nova Friburgo, quando recebi um telefonema informando que uma quantidade de material de campanha do candidato à presidência apoiado por nossa coligação tinha chegado ao meu comitê, e eu obviamente dei a ordem para que fosse recebido. Passados alguns minutos, no entanto, um dos meus assessores me ligou para informar que o material que estava ali não era do candidato à presidência, mas na verdade fazia menção a um determinado candidato. Imediatamente eu mandei que fosse dado algum fim a esse material. Que queimassem, sumissem de alguma maneira com tudo aquilo.”

"Naquela noite eu fui para a casa do padrinho da minha filha, que também é pai do meu assessor, para ver o jogo do Flamengo”, continuou o vereador. "Meu carro estava na Câmara de Vereadores, e na hora de ir embora eu pedi carona a meus assessores. Quando eles chegaram estavam muito assustados, dizendo que vinham sendo perseguidos por um carro desconhecido.”

Um dos assessores em questão, também presente à entrevista, comentou o momento. "Nós não entendemos nada quando o carro atrás de nós começou a piscar os faróis, a buzinar e a nos perseguir. Ficamos assustados, principalmente porque não sabíamos qual o motivo da perseguição. A maior prova disso, e de que não estávamos distribuindo nada, é que nós não descartamos o material nos minutos que tivemos entre o fim da perseguição e a chegada dos militantes. Se soubéssemos que era esse o motivo, teríamos descartado os panfletos ali mesmo, naquela hora.”

Essa versão, no entanto, não explica como os militantes do PSB poderiam ter tanta certeza de que no carro havia grande quantidade do panfleto difamatório. "Eu já pensei sobre isso”, afirmou Christiano, "e a conclusão a que chego é de que fui vítima de uma armação. Certamente alguém que sabia da existência deste material que estava no carro para ser descartado passou a informação a alguém do PSB. Eles não teriam como saber de outra forma, nem poderiam perseguir um carro simplesmente por ter o meu adesivo.” 

A versão, nesse ponto, conflita com a da militância do PSB. "O Corolla estava sim, derramando os panfletos”, afirmou um militante do partido, que participou da perseguição. "Tanto isso é verdade que nós chegamos a eles através do rastro dos papéis. Bastou seguir o rastro para chegar até o carro. De qualquer forma, essas dúvidas devem ser dissipadas logo, pois nós recolhemos folhetos em vários pontos da cidade onde existem câmeras de segurança. Mais cedo ou mais tarde vamos ter alguma resposta a esse respeito”, continuou o militante.

A narrativa de Christiano também deu detalhes sobre sua versão do que aconteceu a partir do momento em que a casa em que estava foi cercada pela militância do PSB. "Diante da situação, eu sugeri que meus assessores deixassem o carro lá, e que nós voltássemos todos no carro de outro assessor, que não tinha adesivos de propaganda. Assim nós poderíamos seguir sem problema algum. Nesse momento, para minha surpresa, chegou a equipe dos assessores do deputado Glauber, pessoal do PSB de Friburgo, fazendo acusações diversas. Disseram que viram meus assessores distribuindo material pela rua, que eu estava junto também, distribuindo material, essa questão toda. Quando alguns deles começaram a filmar com celulares eu saí do meio da rua e me dirigi para dentro de casa, para não ter que passar por uma exposição desnecessária. A partir daí eu pedi que meus assessores também retornassem para dentro de casa e ficamos lá aguardando pelos acontecimentos. Cerca de trinta minutos depois chegou uma viatura da Polícia Militar. Os policiais muito educadamente bateram à porta e pediram, se possível, que nós abríssemos o Corolla e o Doblô. Imediatamente os assessores foram lá e abriram os carros. Nesse instante, os policiais confirmaram a presença de uma determinada quantidade desse material dentro de um dos carros, e levaram todos à delegacia para prestar depoimento. Eu continuei dentro de casa, até porque ainda estava surpreso com tudo. Não tinha pleno conhecimento do que estava acontecendo. Daí em diante a delegacia de Nova Friburgo entendeu que o caso era de competência da Polícia Federal, por envolver matéria eleitoral, e encaminhou todos para a delegacia de Macaé. Os assessores foram lá, prestaram o depoimento, e nós estamos aguardando os fatos.”

Por fim, Christiano afirmou ainda que irá exonerar qualquer assessor cuja participação em crime eleitoral venha a ser comprovada. "Toda essa repercussão aconteceu exatamente por se tratar de uma questão política, um momento eleitoral, e eu reafirmo que nós fomos vítimas de uma armação política aqui em Nova Friburgo. Estou sendo atacado por diversas falas nas redes sociais, mas não vou responder no momento, até mesmo por se tratar de período eleitoral. Já estamos tomando as providências cabíveis e vamos aguardar o desenrolar das questões. Se ficar comprovado que houve alguma prática de crime por parte dos meus assessores, eles serão sumariamente exonerados. Tentaram me ligar a essa questão, tentaram afirmar que eu participei disso. Eu seria muito burro se, sendo candidato, dentro de um carro adesivado, jogasse material de outro candidato na rua que porventura pudesse denegrir a imagem dele”, encerrou.

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