Robério José Canto
Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores
(Cora Coralina)
Elas queriam muito, queriam demais: trabalhar apenas dez horas diárias, e não dezesseis; queriam um pouco mais de respeito no ambiente de trabalho e—imaginem!—receber o mesmo salário que os homens. Enfim, sendo apenas mulheres, estavam querendo ser gente. No dia 8 de março de 1857, em Nova York, reuniram-se para reivindicar tais absurdos. Tecelãs de vida, sonhavam-se mais do que tecedoras de linhas e panos.
Quando puseram fogo na fábrica onde as operárias se aglomeravam, matando cerca de 130 delas, os tolos de então julgaram ter calado de vez a voz feminina. Cantaram como sua uma vitória, que, a História mostraria, era apenas o começo das grandes vitórias das mulheres sobre o preconceito e o atraso.
Foi fácil? Claro que não! Se fosse fácil, Deus tinha entregue a tarefa aos homens. Somente em 8 de março de 1910, foi criado o Dia Internacional da Mulher, data que precisou esperar o ano de 1975 para ser oficializada pela ONU.
Mas elas estão aí, vitoriosas. Dirigem caminhão, prendem bandidos, governam países e, como sempre, desde sempre, ensinam aos filhos as branduras e as durezas da vida, transformam palácios e barracos em lares. Com elas, os homens vão aprendendo que suavidade e ternura são apenas formas mais bonitas de determinação e competência.
O mundo ficou melhor. Fica melhor a cada dia em que homens e mulheres caminham juntos—iguais e diferentes—na desafiadora caminhada humana em busca da felicidade.
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