O professor, pedagogo, especialista em educação e ex-secretário municipal de Educação de Nova Friburgo, Hamilton Werneck, participou recentemente do 7º Encontro Científico-Cultural Interinstitucional (ECCI) promovido pela Faculdade Assis Gurgacz (FAG), no Paraná. Ele abriu o evento com a palestra Estratégias para o aprendizado na era da informação, na qual destacou a importância das crianças da atualidade não apenas aprenderem a ler textos, mas também a interpretar imagens. “Hoje quem não lê uma imagem, não lê o mundo”, atesta Hamilton Werneck que é pós-graduado em educação; doutorando em educação pela Wisconsin International University, de Idaho, nos Estados Unidos; soma 21 livros especializados em educação já publicados; sete DVDs educativos e já realizou mais de 1,5 mil conferências sobre educação em todo o Brasil e países da América Latina.
Com vasta experiência em educação, desde as classes multisseriadas do interior à pós-graduação de educadores, Werneck participa ativamente da vida educacional do país através de programas de televisão e congressos nacionais e internacionais de educação. O educador e conferencista, que também é colunista de A VOZ DA SERRA e professor da Universidade Candido Mendes (Ucam) em Nova Friburgo, lançou recentemente sua mais nova obra: Professor, profissão perigo, cujo conteúdo também foi abordado durante o evento no Paraná. Na publicação, o educador friburguense analisa a violência nas escolas, cuja raiz, segundo ele, “pode estar muito próxima de nós, disfarçada de coisa inofensiva”.
Na obra, de pouco mais de cem páginas e destinada a profissionais da educação, Werneck aborda temas inerentes a onda de violência que assola a sociedade e também as escolas, como a influência do tráfico de entorpecentes dentro das próprias escolas, o medo que acomete, alunos, educadores e pais, a arte que reflete a violência, a violência do barulho e outras abordagens. Na opinião de Hamilton Werneck, a violência prolifera dentro de uma falta de cultura, de um vínculo familiar e de uma falta de comprometimento com as pessoas.
“Por isso, cabe hoje aos professores não só ensinar, mas também atacar com rigor as raízes da violência, enfrentando a realidade”, assegura o educador que em sua mais recente publicação transita pelo tema violência com uma linguagem fácil, abordando tanto as mais diferentes situações vivenciadas pelos alunos, assim como pelos professores e a escola. “Temos hoje novos medos, novos lobos maus que cresceram e viraram monstros. Escola não é delegacia e professor não é investigador, mas a escola e o professor não podem esconder-se da violência, porque ela está muito perto”, observa Werneck.
Dica de Werneck:
A janela, obra escrita por um estudante de 13 anos no Tocantins
Hamilton Werneck conferiu mais um exemplo de que através da educação se descobrem grandes talentos. Prova disso é o lançamento do livro A janela, de autoria do estudante de 13 anos Murilo Bazzo Carvalho, natural de Araguaína, em Tocantins. O adolescente, aluno do 8º ano (antiga 7ª série) do ensino fundamental do Colégio Santa Cruz, em Araguaína, é filho de uma professora e um dentista e esse já é seu segundo livro. O primeiro é O sumiço da água, lançado há dois anos, com abordagem sobre a escassez de água no planeta.
Em A janela, o jovem escritor desperta a curiosidade e filosofa ao assemelhar janelas a corações, destacando que nem sempre o ferrolho que prende uma janela possa ser comandado por quem está dentro de casa, do mesmo modo que o ferrolho do coração humano seja sacudido por outro humano que o atinja. Na opinião de Hamilton, Murilo demonstra total capacidade para lidar com as palavras, melhor até que seu protagonista se relaciona com os animais pertencentes a história. “Quem mergulhar nesta leitura, instigará a própria imaginação, atravessará oceanos e passará por momentos delicados diante da possibilidade das perdas e dos desfechos inesperados”, observa Werneck.
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