“Educação na rua. Cabral, a culpa é sua”

sexta-feira, 10 de junho de 2011
por Jornal A Voz da Serra
“Educação na rua. Cabral, a culpa é sua”
“Educação na rua. Cabral, a culpa é sua”

Amine Silvares

Os alunos da rede pública de ensino fizeram paralisação em solidariedade aos professores e bombeiros na tarde desta quinta, 10. Em frente ao Instituto de Educação de Nova Friburgo (Ienf), alunos de diversas instituições protestaram por melhores salários dos profissionais da educação. Com o grito “Educação na rua. Cabral, a culpa é sua”, os manifestantes exigiram mais respeito e reformas na administração estadual para beneficiar a qualidade do ensino pedagógico e não a quantidade de aprovações.

Cerca de 150 pessoas empunharam buzinas, apitos, fitas vermelhas e narizes de palhaço para reclamar da aplicação de recursos na área da educação. Um abaixo-assinado foi organizado e já contava com mais de 400 assinaturas até o fim do dia. O vereador Pierre Moraes (PDT) ressaltou que os professores em início de carreira chegam a ganhar menos do que o aluguel pago para a instalação de ar-condicionado nas salas de aula. “O professor ganhar R$ 730 e o Estado pagar R$ 800 de aluguel por aparelho é uma piada”, indignou-se.

Os estudantes, muitos do curso de formação de professores, reclamam das promessas não cumpridas pelo governador Sérgio Cabral (PMDB) durante o período de campanha eleitoral antes do seu primeiro mandato. Entre as promessas, a de manter a Secretaria de Estado de Educação sob o comando de um profissional da área foi a mais cobrada, já que o atual secretário de Educação, Wilson Risolia, é graduado em ciências econômicas. “Não podemos ter como secretário um economista, preocupado mais com produção do que com a qualidade de ensino”, protestou o professor Sidney de Moura.

O coordenador do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ), Luiz Salarini, apoia a iniciativa e reclama que a verba destinada à educação no Estado é insuficiente, além de estar sendo mal aplicada. Ele ressaltou que “de acordo com os cálculos do Sepe, o governo estadual comprou 35 mil equipamentos por R$ 2.500 cada um. Eles compraram a preço de varejo e os aparelhos já estão dando defeito”. A merenda escolar também foi motivo de reclamação, já que com os recursos para a compra de mantimentos apenas R$ 0,32 é destinado por dia a cada aluno.

A manifestação segue hoje, 10, para a capital, em protesto conjunto com outros profissionais estaduais, como bombeiros e policiais. Com apoio da Sepe-RJ, Sindicado dos Professores do Ensino Privado de Nova Friburgo (Sinpro), Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Nova Friburgo (STIVNF) e Sindicato dos Hoteleiros de Nova Friburgo, a passeata sairá da Candelária em direção à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), às 13h. Enquanto a situação não se resolve, os professores continuarão em greve por tempo indeterminado.

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