Experiência do Enem incentiva
jogadores do Friburguense
O exemplo dos jogadores do Friburguense é uma grande oportunidade para aqueles que pensam que a carreira de jogador de futebol é um mar de rosas. No último fim de semana, Cadão (capitão do time), Ziquinha, Afonso, Alves, Washington e Heitor enfrentaram os bancos da sala de aula e fizeram as provas do Enem. Uma experiência inédita para os jogadores que nunca tinham passado mais de seis horas dentro de uma sala de aula.
O grupo, que está pensando no futuro e no inevitável encerramento da carreira como jogador, mostrou que nem sempre a imagem pública deste profissional é verdadeira. Grande parte da população os considera incultos, outros ainda os vêem como pessoas analfabetas e que não sabem sequer ler e escrever. A realidade é outra.
É verdade que uma minoria privilegiada usa o futebol como porta de entrada para atrair contratos milionários, transferência para o exterior, exposição na mídia e muito mais, mas a grande maioria, que não tem essas benesses, se preocupa mesmo é com o “day after” do futebol, especialmente no Brasil.
Exemplos como os de Ronaldinho Gaúcho, Kleber, Alexandre Pato, Júlio César, e muitos outros, não devem ser seguidos, porque enriquecem fácil e rapidamente, mas não têm projetos de vida. Alguns contratam agentes interessados única e exclusivamente em viver nas águas de seus contratantes. Um destes exemplos é o de Kleber (atualmente no Palmeiras). Mal orientado por seu empresário foi do céu ao inferno em pouco mais de um ano. E foi assim também no Cruzeiro e será por onde passar, porque confiou num empresário que não pensa no clube ou no jogador, mas em si mesmo.
E ele não é o único. São muitos os que usam os clubes por onde passam, fazem juras de amor quando entram, beijam a camisa e na hora H se transformam em vilões, alvos constantes dos torcedores.
Por isso, o exemplo dos jogadores do Friburguense, destacado na edição de terça-feira de A VOZ DA SERRA, deve ser ressaltado: “Estou pensando no futuro, não posso ficar esperando a banda passar e quando parar de jogar futebol viver uma agonia sem fim. Se passar na prova do Enem, vou ingressar na faculdade porque preciso garantir a independência financeira de minha família”, salientou Ziquinha, um dos ídolos da torcida tricolor e com 13 anos de Friburguense.
Se os seis jogadores forem aprovados, futuramente o Friburguense vai fabricar quatro professores e dois fisioterapeutas, já que Ziquinha, Cadão, Washington e Heitor optaram pela cadeira de Educação Física e Alves e Afonso, de fisioterapia.
O cansaço provocado pela prova não desanimou os atletas: “A prova foi cansativa, difícil, ficamos na sala de aula mais de cinco horas e ainda treinamos pela manhã, tanto no sábado como no domingo. Mas no final vai valer à pena se conseguirmos ser aprovados. Estou ansioso para que janeiro chegue com os resultados. Será uma nova experiência em nossas vidas”, afirmou Ziquinha.
A dificuldade nas 180 questões, 90 por dia, não diminuiu a confiança dos jogadores: “Dei o máximo de mim, fui um dos últimos a sair da sala, vou tentar o ProUni se for aprovado, porque quando parar de jogar quero continuar no meio do futebol. Mas, com certeza, vou me esforçar para repetir fora do campo, o melhor da minha experiência como jogador”, ressalta Cadão, o capitão do time, um dos mais experientes do Frizão, com 16 anos de clube.
O goleiro Afonso fez o Enem em 2010 e repetiu a dose este ano. “Em relação ao ano passado, a prova deste ano foi mais difícil. Estou confiante, não podemos desanimar, temos que nos superar sempre. O Enem serve de base como experiência para aqueles que estão começando e ainda não têm perspectiva de vida. Estou no Friburguense há quatro anos e meio, e penso no dia de amanhã, constituir família, dar o melhor para eles e a carreira do futebol é curta”, destaca o goleiro.
Acostumado a dificuldades, Washington possui uma experiência fantástica, pois no primeiro semestre atuou no Carapebús pela terceira divisão e ajudou a subir o clube para a segunda. Mas foram seis meses jogando bola sem receber um tostão. Mesmo assim foi um dos artilheiros com 15 gols e considerado o melhor jogador da terceirona carioca. Contratado logo depois pelo Friburguense, o jogador, que está noivo esperando uma oportunidade melhor para casar, não se intimidou. “Tive uma experiência nova no início do ano e outra agora no Enem. Acredito que sem educação não chegaremos a lugar nenhum. Fiz a prova porque se passar vou procurar uma forma de fazer a faculdade, e o primeiro passo será o ProUni. Estou com muita fé, acredito que vou passar”, afirma o meia.
Tendo o futebol como prioridade no momento, porque ainda quer jogar mais alguns anos, Alves achou a prova difícil mas não impossível de acertar nas respostas. “As coisas na vida são difíceis, mas não impossíveis. Achei a prova de sábado mais tranquila que a de domingo, que foi super difícil, mas todo caminho tem rosas e espinhos e por isso estou acreditando na aprovação. Minha prioridade agora é o futebol, porque ainda tenho mais alguns anos de carreira, mas educação é sempre importante e o Enem nos dá uma grande base de aproveitamento”, salientou Alves.
De folga por problemas particulares, o volante Heitor não estava no Fri no dia da matéria, mas foi outro que fez o Enem pensando no que virá depois do futebol. Conseguimos falar com ele por telefone: “Ainda estou novo, praticamente no começo de carreira no futebol, mas entendo que informação, educação e ensino são fundamentais na vida do ser humano, por isso fiz a prova do Enem. Foi uma prova difícil e uma experiência inédita na minha vida e vou lutar para melhorar sempre”, finaliza o volante.
Arthur Senna conquista medalhas em Juiz de Fora
O nadador Arthur Senna participou do IV Circuito Serrano de Natação realizado pela Federação Aquática do Rio de Janeiro (FARJ), realizado na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) de Juiz de Fora. A competição contou com a participação de dezenas de excelentes atletas de diversas categorias e academias do estado do Rio de Janeiro.
O Arthur Senna, inscrito pela Academia Aquariun/Stam, participou de quatro e conquistou quatro medalhas, nas categorias 50 metros nado peito, 50 metros nado livre, 100 metros nado borboleta, 4 x 50 metros revezamento.
Ele foi patrocinado por Toni Ventura, da empresa Ventura Chocolates, Eliana Contabilidade, e Eder Jóias. Arthur vai disputar, pelo quinto ano consecutivo, o prêmio de atleta mais eficiente em sua categoria, que acontecerá no próximo dia 26 de novembro, em local ainda a ser definido.
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