FOI CERTAMENTE UMA VITÓRIA da agricultura familiar de Nova Friburgo o registro de marca coletiva para a produção de flores, dado pelo Inpi à comunidade de floricultores de Vargem Alta. Isto reforça a posição friburguense no cenário agrícola do Estado do Rio e consolida a seriedade e o profissionalismo do trabalho no meio rural do município.
O BRASIL É REFERÊNCIA no apoio à agricultura familiar. É o único país da América Latina que tem um ministério de desenvolvimento agropecuário focado nos pequenos produtores e isto foi realçado durante o 2º Fórum de Agricultura da América do Sul, realizado semana passada em Foz do Iguaçu, no Paraná. Dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) indicam que a agricultura familiar representa aproximadamente 25% da área de propriedades agropecuárias no Brasil. Na outra ponta, está o agronegócio, que, em 2013, representou 41% do total exportado pelo país.
CINCO MILHÕES DE FAMÍLIAS, pelo menos, vivem atualmente da agricultura familiar e produzem a maioria dos alimentos consumidos no Brasil. O modelo de produção está em 84% dos estabelecimentos agropecuários e responde por aproximadamente 33% do valor total da produção do meio rural, de acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O ESTADO DO RIO está preparado para se tornar um polo de agricultura sustentável do país e os esforços neste sentido podem ser vistos nas áreas de agricultura favorecidas pelo estado, inclusive a Região Serrana. Com o apoio financeiro do Banco Mundial, o governo obteve recursos suficientes para acelerar este desenvolvimento.
AS METAS AMBIENTAIS são ambiciosas, segundo o governo. Nos planos estão incluídas a preservação de nascentes, a reposição de matas ciliares, recuperação de solos degradados e o apoio ao agricultor no cumprimento do Código Florestal. Com este avanço, Nova Friburgo espera obter melhorias no trabalho de desenvolvimento de sua área rural, também com enfoque sustentável.
A AGRICULTURA FRIBURGUENSE conseguiu se restabelecer da tragédia climática de 2011 e obteve benefícios do governo estadual, auxiliada pelas correntes políticas da cidade. Dentro das perspectivas de crescimento municipal, este setor tem peso considerável e, mais ainda, possibilidades concretas de desenvolvimento. Para isso, todas as redes produtivas da olericultura, fruticultura e floricultura precisam receber mais incentivos.
O TRABALHO REALIZADO pela Secretaria Municipal de Agricultura tem sido de fundamental apoio ao agricultor, através de políticas de aumento da produtividade. Porém, não é suficiente para fazer crescer este setor da economia, que precisa, além de verbas, de assistência técnica, fomento à pesquisa também pela iniciativa privada, além de infraestrutura de serviços públicos.
O PROGRESSO DA ÁREA RURAL esbarra ainda em dificuldades estruturais, como a ausência de malha viária confiável, de telefonia móvel e da internet. Até agora as autoridades não conseguiram reverter a exclusão social, que vem impedindo o acesso à informação e ao agronegócio de centenas de produtores rurais e seus familiares.
PARA FORTALECER a agricultura familiar é necessário pensar num projeto de crescimento sustentável que leve em conta o seu enorme potencial econômico, e também a sua dimensão sociocultural e ambiental. A área rural friburguense pode crescer e só precisa receber das autoridades a atenção que merece. O governo estadual, finalmente, está disposto a modificar o cenário rural fluminense.
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