MESMO com o recesso parlamentar, os políticos não descuidam das suas atividades, principalmente enquanto permanece escancarada a ‘janela’ da filiação partidária, conforme exige a legislação eleitoral determinando que os candidatos a 2010 estejam filiados até o dia 3 de outubro de 2009. Está aberta, portanto, a temporada de mudança de legendas que poderão envolver alguns nomes da política friburguense.
A DATA limite prevista pela legislação eleitoral e os recentes acontecimentos que mancham a credibilidade de algumas siglas e políticos de todos os matizes, irão provocar uma revoada de figuras para outras legendas, num movimento que já se percebe no cenário nacional. E isso é só o começo da grande mudança que a crise política nacional está promovendo.
O TROCA-TROCA é o prenúncio do reconhecimento de que a classe política nacional não está mais imune às avaliações críticas da sociedade. Desvendadas as mazelas do poder político de Brasília, com maciça atuação da imprensa na salvaguarda do direito de informar o que ocorre à sociedade, os não envolvidos nos escândalos procuram abrigo partidário onde a credibilidade não fique ameaçada.
A DECEPÇÃO com o desempenho da classe política culminando com escândalos envolvendo até o ex-presidente da República, José Sarney, irá indicar certamente uma nova postura do eleitor frente aos nomes que os representarão nos governos estaduais, no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas. Envergonhados com a atuação de políticos até então considerados acima de qualquer suspeita, os eleitores poderão ir às urnas fazendo justiça com o seu voto, repelindo os maus políticos.
A CRISE política reforça a necessidade de se processar rapidamente no país uma reforma política capaz de tornar as legendas mais fortes e o eleitor mais protegido pela integridade de seus representantes. Critérios mais rígidos sobre as campanhas eleitorais, fidelidade partidária, e outros quesitos importantes precisam ser reformulados, tornando o sistema eleitoral brasileiro mais transparente e atualizado, como sonha o cidadão.
A PRÓXIMA campanha eleitoral poderá ser modificada em função de novos critérios, se a reforma passar. Caso não vigore para o próximo pleito, novamente os acordos e acertos financeiros escusos terão vez, com a circulação das famosas malas pretas que fazem a alegria de poucos e a decepção de muitos. As campanhas podem continuar com a mesmice, sem resposta satisfatória para os que acreditavam na moralização dos gastos.
A CAMPANHA estadual poderá repetir os mesmos erros do passado. Cabe ao eleitor, mais informado e conscientizado das ‘forças ocultas’ que movimentam os recursos de campanha, separar os que têm propostas sérias para o desenvolvimento da sociedade dos que desejam o poder para atender as conveniências pessoais. A hora é de ficar atento.
Deixe o seu comentário