Editorial - Uma chuva, muitos medos - 3 de março 2011

quinta-feira, 03 de março de 2011
por Jornal A Voz da Serra

BASTOU O céu escurecer, como na última segunda-feira, para a população friburguense vislumbrar momentos de tensão, medo e pavor. A tragédia de 12 de janeiro ainda está latente em toda a população, e alguns minutos de grossa chuva são capazes de reviver na mente de todos as horas intermináveis que vivenciamos naquela fatídica madrugada. A chuva de segunda-feira foi um termômetro desta lamentável sensação coletiva.

A METEOROLOGIA é cada vez mais consultada e a Internet tem sido uma útil ferramenta para todas as informações acerca do tempo. Índice pluviométrico, pressão atmosférica, unidade do ar são expressões que começam a fazer parte do cotidiano, facilitadas pela rede mundial, que ajuda a prever o tempo com mais precisão, tornando-se fonte de consulta obrigatória por todos.

A PREOCUPAÇÃO do friburguense com as previsões meteorológicas tem uma forte aliada – a Defesa Civil do município – que, desde a tragédia de janeiro, não deixou de transmitir informações para a população e muito menos de travar uma luta permanente na vigilância, avaliando os riscos e envolvendo-se em todas as ações de salvamento com o amplo apoio do Corpo de Bombeiros e da Policia Militar. A chuva de 12 de janeiro foi um duro teste, porém, a Defesa Civil vem cumprindo corretamente os objetivos nesta fase dos trabalhos.

SE NOVA Friburgo passou por um triste momento que deixou sequelas insuperáveis, de agora em diante a população deve manter uma nova postura frente aos riscos dos desastres naturais, atentando-se para as intempéries, adotando medidas que visem à segurança das pessoas, abandonando, inclusive, os locais, se necessário. O desastre natural não poupa ninguém, sem distinção econômica ou social, como vimos agora.

É PRECISO, também, que a classe política possa colaborar para a reconstrução de Nova Friburgo, pressionando as autoridades para a criação de mecanismos de previsão meteorológica na região serrana, além de inúmeras outras medidas que ora são necessárias. A criação de secretaria municipal específica para tratar da reconstrução aponta que teremos ainda muito trabalho pela frente e a participação política é imprescindível, sem partidarismos e unida num só objetivo.

DEVEMOS combater os medos enfrentando-os, prescrevem os terapeutas. No caso friburguense, medidas de prevenção e mais planejamento urbano são as armas de que dispomos para evitar no futuro as consequências tão danosas quanto as que ora enfrentamos.

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