MAIS UM lote de casas populares deverá ser entregue este mês a moradores que perderam suas casas na tragédia de 2011 em Nova Friburgo. Mais 300 unidades estão previstas para serem entregues no dia 27, conforme anúncio feito pela Prefeitura e o governo do estado. Ao todo, segundo previsão, até o fim deste ano o número de imóveis distribuídos pelo programa Minha Casa, Minha Vida beneficiará cerca de 2.180 famílias no Bairro Novo, na estrada Conselheiro Paulino-Riograndina.
OS IMÓVEIS que estão sendo entregues à população ajudam a diminuir, em parte, o déficit habitacional do município, mas não resolvem a contento o grave problema da moradia própria, que vem se acumulando há anos. Enquanto os políticos discutem a conveniência ou não de participarem do processo eleitoral de outubro no município, a população continua à mercê da desigualdade e injustiça do processo de urbanização da nossa "Suíça Brasileira”.
POR CULPA de maus governantes, desinteressados na qualidade de vida da população e interessados nos metros cúbicos do concreto de obras subterrâneas e até mesmo desconhecidas, até agora, em pleno século 21, os friburguenses ainda não conseguiram um teto próprio. O déficit habitacional é grande e promete aumentar ainda mais.
OS DADOS dessa perversidade social podem ser mostrados pela frieza dos números. De acordo com o IBGE, temos mais de 450 mil domicílios favelizados no Estado do Rio. Somente na capital estadual vivem em subcondições de moradia mais de 300 mil famílias. A matemática da desigualdade só não é maior por causa da falta de dados atualizados e confiáveis que demonstrem essa condição, mas no total estadual, o déficit chega perto de 800 mil moradias.
UM DOS vilões dessa conjuntura é o próprio governo federal, que reduziu significativamente os investimentos e agora com o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), espera reverter o déficit. Porém, devido a todas as dificuldades estruturais do país, isto não deverá ser concretizado em espaço de tempo razoável.
O TRISTE diagnóstico revela também que não existe política habitacional para famílias com renda de até três salários mínimos, que é a renda média do trabalhador friburguense. Resultado: sub-habitações em áreas de risco e de preservação ambiental, causando constantemente as tragédias por conta de uma topografia recortada, pela inoperância das autoridades e pelo desespero de fugir do aluguel. Vimos o que isto deu nas últimas grandes enchentes de 2007 e 2011.
MAIS DO QUE conhecer os candidatos ao Congresso e à Alerj, a população friburguense quer ouvir propostas que "zerem” as promessas feitas até então por estes mesmos políticos. Isto já seria um avanço considerável e se lembrarmos que a questão habitacional já foi "cantada e decantada” na cidade, quem sabe algum político comprometido com a família friburguense não surge para cumprir o que os outros prometeram? A solução é urgente.
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