OS MEDICAMENTOS genéricos comemoram 10 anos de implantação no Brasil e, neste período, o consumidor economizou quase 10 bilhões de dólares e garantiu a mesma qualidade de vida que a apresentada pelos chamados remédios de marca. Ganha o povo, chora a indústria farmacêutica multinacional, que viu o tamanho de seu bolo diminuir em 14,5%. Afinal, dois em cada dez remédios consumidos no Brasil são genéricos, que têm o mesmo princípio ativo e preço pelo menos 35% mais barato que os de marca, como manda a lei.
EMBORA AS autoridades de saúde afirmem a eficácia dos genéricos, ainda prevalece o desconhecimento e a resistência por parte da população na hora de abrir mão de um medicamento de referência por um mais barato. Tal atitude, além de ineficaz ao resultado final – o combate à doença – é também prejudicial ao bolso dos consumidores. Nos Estados Unidos, por exemplo, os genéricos representam 50% dos remédios comercializados.
A MUDANÇA de hábito deve ser promovida pela classe médica e pelas autoridades sanitárias, inclusive de Nova Friburgo, estimulando a população a adquirir o hábito de substituir o seu remédio tradicional pelo genérico. Trata-se de medida que mexe no bolso do consumidor oferecendo economia num mercado que consome uma respeitável fatia da economia das famílias brasileiras (o setor farmacêutico faturou 14,6 bilhões de dólares em 2008).
O MÉRITO da política de genéricos implantada no país em 1999 está em aumentar o acesso da população a medicamentos e de fomentar a produção nacional, enfraquecida pela abertura às importações. Mais de 80% dos registros de genéricos são feitos por empresas de capital nacional e existem empresas brasileiras que estão se tornando fortemente competitivas no cenário mundial.
NO CAMPO da saúde, embora contrastante com a realidade da rede pública de atendimento, é digno de registro o trabalho da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Trata-se de um dos organismos mais preocupados com a saúde pública no Brasil e suas resoluções têm influência direta na vida da população, quer na proteção da saúde, quer no combate aos altos preços cobrados pela indústria farmacêutica, que muitas vezes inviabilizam um tratamento de famílias mais carentes.
NUM PAÍS de graves contrastes sociais, a saúde pública tem peso decisivo no fortalecimento do povo protegendo e provendo a saúde da população através da garantia da segurança sanitária de produtos e serviços. Pobreza não combina com a saúde, sendo a Anvisa um braço na defesa da população por intermédio do controle sanitário e da fiscalização.
No momento que a sociedade brasileira passa por tantas dificuldades estruturais, a ineficiência do governo se salva através do trabalho de vigilância sanitária. É pouco para um país que precisa de tantas outras providências. Mas é um alento à população no sentido de se ver protegida contra os poderosos da indústria farmacêutica e as práticas inescrupulosas de altos lucros em nome da saúde de todos.
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