EDITORIAL - Trânsito sem mortes

quinta-feira, 29 de maio de 2014
por Jornal A Voz da Serra

O BRASIL vem obtendo diminuição nos índices de acidentes nas estradas desde a implantação da chamada Lei Seca e a utilização dos bafômetros. Contudo, apesar dos esforços, os números ainda são elevados. Motoristas beberrões continuam se arriscando e colocando a vida dos outros em risco. 

MESMO com a determinação de reprimir motoristas alcoolizados, a fiscalização em Nova Friburgo ainda é precária e a ausência de mecanismos de repressão só faz aumentar os números de acidentes. Conforme relata A VOZ DA SERRA em inúmeras edições, o desrespeito continua fazendo vítimas.

A LEI, que torna mais rigorosa a fiscalização com a consequente aplicação de penalidades, vem recebendo elogios e críticas simultaneamente. A favor está a maioria, que vê diminuir o número de acidentes como uma atitude de responsabilidade e mais atenção com os pedestres e demais motoristas. Contra, apenas aqueles que ainda teimam em achar que a lei prejudica o consumo e fere a liberdade individual em suas andanças pelas baladas noturnas.

POR MAIS que se tente convencer os maus motoristas de que bebida não combina com o volante, muitos teimam em burlar a lei, arriscando-se com "um copinho só”, indiferente às consequências punitivas que a legislação prevê. E na cidade, por falta de fiscalização mais abrangente, a burla continua predominando, colocando em risco não só motoristas como os pedestres.

O RIGOR NA punição de motoristas infratores serve de freio para conter os abusos que se verificam constantemente.  Não é possível mais condenar a irresponsabilidade de motoristas a penas de trabalhos comunitários, deixando o infrator em condições de voltar a dirigir sem a exemplar punição.

NAÇÕES mais desenvolvidas, como a Suécia, conseguiram praticamente zerar o número de mortes em acidentes com a adoção de medidas educativas e de engenharia. Naquele país nórdico, a taxa de mortalidade no trânsito foi de 1,1 morte para cada 100 mil habitantes, a menor do mundo. Como o Brasil pode chegar lá?

MEDIDAS preventivas devem ser implantadas seguindo as práticas adotadas em grandes centros urbanos do planeta. Em Nova York, por exemplo, os veículos do serviço público são equipados com bafômetros, o mesmo ocorrendo com os ônibus escolares e os táxis da cidade, impedindo que motoristas alcoolizados deem partida no carro, obtendo assim um resultado extremamente favorável. Hoje, tais motoristas apresentam índice de 99,7% de sobriedade ao volante.

FRIBURGO, com um grande número de veículos, não pode prescindir de um planejamento que combine a oferta de transporte de massa eficiente com a conscientização de que o automóvel pode ficar na garagem. É uma tarefa de fôlego, porém necessária, para evitar que o pior aconteça. Entretanto, a fiscalização é imperativa e só ela poderá diminuir as nossas alarmantes estatísticas.

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