Editorial - Tempo de mudanças - 30 de março 2011

quarta-feira, 30 de março de 2011
por Jornal A Voz da Serra

UM BILHÃO de reais é o custo estimado pela Empresa de Obras Públicas (Emop) para fazer as obras de contenção de encostas e outros serviços do governo essenciais à reconstrução de Nova Friburgo. O levantamento, em posse da Prefeitura, aguarda agora que as autoridades priorizem as obras, garantindo mais segurança à população em diversos bairros da cidade.

CENTENAS (senão milhares) de moradias serão construídas para atender a desalojados e desabrigados da chuva de janeiro — além dos que já buscavam uma casa própria antes da tragédia, engrossando mais ainda o cenário de obras que se avizinha a curto prazo. A reconstrução exigirá uma grande mobilização de homens e máquinas, e brevemente a cidade se tornará um canteiro de obras.

TODA A área rural do município seriamente atingida está recebendo ajuda oficial, quer do governo estadual e suas respectivas secretarias, do governo federal, através de seus ministérios, além de entidades internacionais de financiamento como o BID. Construção de pontes danificadas, apoio técnico, máquinas e implementos e facilidades financeiras estão sendo adotadas, garantindo o retorno da produção agrícola no município.

O DINHEIRO não tem chegado, contudo, aos microempresários que perderam com a enxurrada e precisam de fôlego financeiro para se reerguer. Os bancos estão sendo os vilões nesta trágica história, pois colocam barreiras intransponíveis para o empresário obter financiamento do BNDES, exigindo garantias incompatíveis com a dimensão da perda ocorrida em Nova Friburgo, em total falta de sintonia com a realidade da economia local.

PIOR ainda, o BNDES não enxergou a dificuldade e nada fez para cumprir a sua função social — como sugere o seu nome — de atender aos pequenos e grandes empresários que batem à sua porta em busca de financiamentos. Infelizmente, a ajuda disponibilizada aos bancos não chegou a quem tanto precisava. Sem dinheiro, a reconstrução de muitas indústrias friburguenses estará comprometida, o que pode redundar em fechamento de negócios e demissão de trabalhadores.

ALÉM de todas as dificuldades da reconstrução, o momento político vivido na cidade colabora para aumentar a preocupação do cidadão friburguense quanto ao futuro do município. A longa disputa política criada desde o afastamento do prefeito Heródoto, de consequências imprevisíveis, é motivo de expectativa para toda a comunidade, temerosa de que os acontecimentos mudem o rumo dos trabalhos previstos para a gigantesca obra.

COM UM cronograma de trabalho rigoroso para a reconstrução da cidade, o que mais precisamos no momento é da união de esforços, inclusive dos interesses políticos, procurando uma harmonia para esta longa tarefa de todos nós. A reconstrução de Nova Friburgo está acima dos políticos e da política. É direito do cidadão e dever do Estado.

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