Editorial - Tempo de agir - 9 a 11 de outubro.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010
por Jornal A Voz da Serra

A MUDANÇA do tempo com a chegada das chuvas de fim de ano comuns em Nova Friburgo levanta novamente a questão do equilíbrio entre a preservação do meio ambiente e o avanço imobiliário com a construção em morros e encostas do município. Ainda estão vivas na memória de todos as tragédias ocorridas em Niterói e Angra dos Reis por conta da desatenção e da indiferença dos governos e o assunto não deve fugir da pauta de preocupações.

UMA DAS constatações que o friburguense costuma esquecer com frequência é que o município é rodeado de montanhas. Encostas até então desabitadas estão se transformando em novos focos de habitação, aumentando o número de moradias em áreas de risco ou de preservação ambiental. O problema, ao que parece, está longe de ser controlado.

NA ÚLTIMA campanha, alguns candidatos levantaram o assunto como bandeira eleitoral, mas ainda vai preocupar as autoridades de hoje e do futuro, porque a questão habitacional é um nó difícil de desatar. Todos os governos prometeram, mas poucos conseguiram levar adiante a questão dos assentamentos irregulares e, mais ainda, coibir a construção de moradias em desrespeito à legislação municipal, estadual e federal.

O GOVERNO anterior conseguiu verbas federais e com isto proporcionou condições de moradias seguras para as famílias afetadas nas enchentes. Porém, chove todos os anos e a expectativa é de que a construção de novas habitações populares não pare por aí. O déficit habitacional é grande em Nova Friburgo e os indicativos pedem soluções urgentes, evitando novos transtornos com as chuvas.

A DEFESA Civil também tem um papel importante na gestão ambiental no sentido de planejar ações de vistorias e de delimitação de áreas, oferecendo subsídios para a definição de estratégias para novas habitações. Mas o problema não se restringirá apenas a um período. Medidas de longo prazo devem ser implementadas agora, ainda que os seus resultados sejam sentidos ao longo dos anos.

POLÍTICAS públicas de proteção ambiental existem e o que se deseja é que as mesmas sejam colocadas em prática, a fim de que não tenhamos de gerenciar crise após crise, sem estabelecermos parâmetros reais de serem cumpridos. Para que Nova Friburgo fique livre das enchentes não basta receber apenas as verbas do PAC. É preciso também investir em outras áreas.

A PREFEITURA está investindo na criação de novas moradias, como o projeto Cidade Nova, com a construção de casas populares. Porém, para que as chuvas não deixem novamente um rastro de sofrimento e prejuízo, é preciso tomar providências antes que a população volte a ser penalizada, como já ficou comprovado em muitos finais de ano.

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