Editorial - Tapando buracos

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

AS CONHECIDAS obras emergenciais para tapar buracos em cerca de 26 mil quilômetros de rodovias federais de 25 estados já começaram neste verão, incluindo também as rodovias estaduais e mesmo a malha municipal. Um buraco tapado hoje será novamente remendado no início de 2010. São obras que duram apenas um ano e custam milhões e milhões aos cofres públicos em todo o país.

ASSIM segue o Brasil tapando o buraco: das estradas, do orçamento, dos hospitais, das favelas, das salas de aula, das delegacias lotadas, num eterno remendo, que de tão remendado, já não tem forma nem solução. E seguirá assim, enquanto o objetivo de quem circula nos corredores dos poderes for sempre a próxima eleição e o trabalho para que a população tenha a leve e confortante sensação de saber que o dinheiro público está sendo bem aplicado.

PARA isto, é preciso se estabelecer obras duradouras, com licitações certas e orçamento garantido em um cronograma organizado de ações viáveis e concretas. Hoje, sobram promessas da campanha eleitoral e soluções paliativas. E essa ‘regra’ equivocada que tomou conta do pensamento da administração pública brasileira vale para todos os setores do governo, de transportes até segurança.

SEGUNDO os críticos do atual governo, diminuíram as vítimas nos acidentes automobilísticos nas festas de fim de ano, porque poucos conseguem andar a mais de 20 km por hora nas estradas. O drama do transporte rodoviário brasileiro não começou com o governo Lula nem será solucionado ao fim de seu mandato. As estradas viraram desprezo dos governantes há anos e a resposta curativa infelizmente consumirá bilhões do governo, por falta de continuidade dos que o antecederam.

NESTE quadro desalentador se enquadra a BR-101, no trecho da rodovia que liga o Rio a Vitória. A estrada vem sendo motivo de contenda entre os governos estadual e federal, havendo ainda a correta participação da população que vive às suas margens e que são penalizadas com mortes e acidentes frequentes.

A ÉPOCA do verão é a que mais causa acidentes nas estradas. Devido à precariedade do asfalto, o número de acidentes deverá fazer novas vítimas este ano e as obras tornam-se ponto fundamental no comércio entre as regiões, movimentando praticamente toda a carga nacional.

CUIDAR das rodovias não passa, apenas, de mais uma obrigação do governo. É uma imposição da economia para o bem de toda a sociedade. É preciso estancar nossos males crônicos com medidas efetivas que contribuam com a população. E não com tapa-buracos.

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