EDITORIAL - Serra dividida

segunda-feira, 26 de maio de 2014
por Jornal A Voz da Serra

A VIZINHA Teresópolis está em festa com a chegada da Seleção Brasileira para o período de treinamento para a Copa do Mundo, que começa no próximo dia 12. Até lá, a cidade vive o clima de futebol, com a chegada de centenas de jornalistas e os olhos atentos de milhares de torcedores, nacionais e estrangeiros, voltados para a Granja Comary. O comércio e o turismo estão vivendo dias de glória.

POR SUA vez, Petrópolis faz um gol de placa com o início de uma série de atividades culturais através do Festival de Artes e Leitura, que movimentará a cidade por uma semana, com a presença de artistas e intelectuais debatendo a arte e o pensamento brasileiros com ênfase na literatura. Como se observa, a época é de festa pela Região Serrana, ou quase toda ela. E em Nova Friburgo?

ATÉ AGORA, os holofotes não iluminam o município para também chamar a atenção da mídia que sobe a Serra com os eventos nas outras duas cidades. A ausência de atividades turísticas e culturais está distanciando da cidade os que procuram esta região do Rio como sinônimo de lazer e entretenimento. Nova Friburgo não incorporou os fatores que tornam a Serra fluminense conhecida e admirada, ficando fora da crescente economia verde que beneficia a população com geração de renda e empregos.

COMO NÃO dispõe de estrutura esportiva, como a Granja Comary, os atrativos friburguenses devem se concentrar no turismo e na cultura, dois fortes apelos para a presença de visitantes e o fortalecimento da economia. A formação de uma estrutura cultural no município, considerando os equipamentos e instituições que são administrados pelo Executivo, está sendo o grande desafio dos administradores públicos nestes últimos anos para atrair pessoas a este imenso manancial de conhecimento e entretenimento.

O CRESCIMENTO populacional do município requer a ampliação das atividades culturais, oferecendo produções à comunidade, não apenas nos bairros centrais, mas, principalmente, nos distritos mais afastados, como Lumiar e Campo do Coelho, permitindo que haja uma verdadeira inclusão cultural da população. Isto pode ser feito através de parcerias com as comunidades, pois estas costumam participar ativamente, e tradicionalmente os resultados superam as expectativas.

BRAÇO direito do turismo, a cultura motiva a geração de novos negócios que ampliam o conceito do município como centro cultural no interior fluminense, oferecendo uma cultura de qualidade não apenas aos seus habitantes, como também aos de cidades vizinhas, carentes dessa formação. Para tanto, cabe ao governo avançar nas políticas públicas de incentivo à cultura, continuando e ampliando o trabalho dos que o antecederam. 

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