O IMPASSE surgido nas negociações entre os professores da rede municipal de ensino e a Prefeitura, além de deixar os alunos fora das salas de aula, prejudicando o calendário escolar, cria também um transtorno familiar ao deixar em casa cerca de 15 mil crianças, modificando a rotina dos pais com evidentes reflexos negativos.
APÓS NOVE DIAS de paralisação, permanece a falta de entendimento que possa levar ao fim o movimento grevista. A pressão dos professores pela correção salarial e a criação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários, sempre prometido, mas nunca cumprido, e a intransigência do governo em não reconhecer a representatividade do Sepe nas negociações, inclusive acenando com a possibilidade de tornar o movimento ilegal, está se transformando numa dura queda de braços, sem final previsível.
EMBORA o governo brasileiro venha contestando os índices de desenvolvimento humano, principalmente a educação, que não evoluiu muito de acordo com as pesquisas da ONU realizada em 172 países, no conhecido IDH, o ensino no Brasil está muito distante dos países que investem na educação para o seu desenvolvimento.
EM FRIBURGO, uma das promessas do ex-prefeito Heródoto era a educação, e imaginava uma mudança radical no ensino, com a criação de turno único para os alunos da rede pública. Na época, o ex-prefeito mostrava-se indignado com o reduzido número de horas que a criança passava na escola, propondo o que já havia sido testado com sucesso no governo estadual com Leonel Brizola.
Pois bem. Quatro anos depois, o desafio para atingir as metas propostas permanece inalterado no governo Rogério Cabral. O poder público possui limitações financeiras para concretizar este sonho e, além disso, precisará construir novas escolas que comportem a presença permanente do aluno, com toda a infraestrutura prevista para tal. Hoje existem escolas funcionando precariamente, o que evidencia a falta de preparo de alunos para a formação escolar exigida no mercado de trabalho e o consequente convívio social.
A NOMEAÇÃO da professora Tânia Trilha para a pasta da Educação aponta uma disposição do prefeito em promover algumas mudanças estruturais e, em parceria com o governo estadual e federal, poderá avançar na qualificação do aluno friburguense, oferecendo uma jornada de aprendizado mais completa. Estamos, pois, no aguardo de novas medidas.
APRIMORAR o quadro de professores é outra exigência prioritária. Quase sempre recebendo salários irrisórios, além de enfrentar toda a sorte de dificuldades estruturais, de aprendizado e especialização, além de material, o professor não poderá ficar ausente da discussão, oferecendo novos caminhos para a qualificação e a sua consequente valorização.
AS MEDIDAS propostas por governos anteriores continuam válidas e bem-vindas, principalmente quando o assunto é prioritário como a educação. Assim como a saúde, o ensino friburguense depende de investimentos para a sua melhoria e a obtenção de recursos vai depender de articulação política do governo municipal em todas as esferas.
O ALUNO FRIBURGUENSE quer um ensino de qualidade, mas, infelizmente, ainda não pode ser atendido, comprometendo o seu futuro num país carente de qualificação para responder aos desafios do século. É hora de mudar.
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