Editorial - Saída participativa

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

O TUMULTUADO caso da morte de cachorros que estavam vivendo no pátio da Prefeitura culminou com a decisão do governo municipal de assumir de frente um problema antigo e até hoje sem uma gestão conveniente. O pobre animal paga a conta pelo desleixo do poder público e a indiferença humana. O cão é o melhor amigo do homem, mas a recíproca não é verdadeira. Uma solução estaria na participação da sociedade e das entidades protetoras dos animais, como a criação de um conselho municipal, sugerem alguns.

CADA DIA mais os conselhos municipais vêm ganhando importância na definição de prioridades e na elaboração dos planos de ação nos municípios. Constitucionalmente admitidos, colaboram com a melhoria da democracia, decidindo prioridades para as cidades, exercitando da melhor maneira a cidadania. Porém, do ideal participativo à prática de seu pleno funcionamento existe uma distância considerável.

A PARTICIPAÇÃO de representantes de diversos setores da sociedade dentro das atividades compatíveis com a natureza dos conselhos garante à população uma pluralidade de ideias, porém, todas com o mesmo objetivo, qual seja, o de se tornar voz da comunidade. Fazer valer este canal de participação é o dever de todos os cidadãos. Assistimos, recentemente, à dura resposta popular ao incidente com os cachorros e a mobilização mostrou a verdadeira alma do povo friburguense.

MUITA COISA pode ser obtida através da participação popular e os conselhos são os melhores veículos dessa participação. Contrastando com a interatividade da sociedade friburguense, ainda há muito por fazer, dimensionando os conselhos em relação à população, tornando-os órgãos verdadeiramente conhecidos e atuantes, um olho fiscalizador da sociedade.

A CRIAÇÃO DOS conselhos também implica dispor de infraestrutura para que possam desenvolver os trabalhos em conformidade com as suas atribuições, principalmente as de natureza fiscalizatória. Neste contexto, há todo um aparato que não deve ser ignorado pelo poder público, permitindo que os conselhos tenham vida atuante e não se transformem em elefantes-brancos da burocracia brasileira.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade