EDITORIAL - Ruas sem saída

domingo, 08 de junho de 2014
por Jornal A Voz da Serra

RECLAMAÇÃO constante dos turistas, o estacionamento de veículos no centro da cidade é uma romaria para milhares de motoristas e um privilégio para poucos. Além de disputadas, muitas vagas ainda são "privativas”, numa afronta a quem paga impostos e exige um atendimento adequado, sem privilégios.

AS AUTORIDADES que estão empenhadas em criar a chamada ordem urbana, disciplinando as vagas e corrigindo o saturado trânsito nas vias centrais, deveriam também se preocupar com o excessivo número de vagas privativas para organismos públicos. Muitas repartições não necessitam de vagas privativas e estas só servem como uma mordomia extra para o funcionalismo. Mas para os demais motoristas, é um privilégio que deve ser combatido.

MAIS QUE prometer o modernismo urbano que as cidades brasileiras carecem, precisamos combater a dura realidade dos dias atuais, sendo um dos piores exemplos o transporte individual no município. Sobram placas proibitivas e faltam vagas para os milhares, quase uma centena de veículos emplacados na cidade.

SEM VAGAS e contando com a dura vigilância contra infratores, as ruas se transformam num labirinto no qual motoristas não encontram saídas. O jeito, infelizmente, é pagar — e caro — por uma vaga num estacionamento privado, deixando as ruas e avenidas para os funcionários públicos de todos os níveis, bancos, farmácias, supermercados, deficientes físicos, veículos de carga e um sem número de outros privilegiados.

NÃO RESTA dúvida de que o ponto nevrálgico para quem quer vir de carro ao centro da cidade é a procura por vagas. Moradores e turistas lamentam as dificuldades e pedem há muito tempo a necessária modificação para permitir um livre escoamento do tráfego, mas até agora as autoridades não realizaram mudanças significativas que viessem a favorecer os motoristas. Resultado: um trânsito bagunçado.

AS PLACAS de sinalização proibitiva ou restritiva se espalham com velocidade na cidade, retirando do cidadão o livre trânsito. A solução encontrada pelos motoristas para as vagas gratuitas é chegar bem cedo ao centro, se quiser arrumar um lugar, mesmo sabendo que já encontram as vagas "cativas” de inúmeros moradores de prédios sem garagem, aumentando ainda mais o sufoco.

NUM ANO eleitoral, os políticos que propuserem alternativas de melhorias urbanas para as pequenas e médias cidades do Estado do Rio sairão na frente. Pelo menos terão a adesão dos motoristas que não suportam mais a indiferença e a falta de providência. Nova Friburgo precisa solucionar, e rapidamente, as antigas reivindicações da população, sendo o trânsito um dos piores nós da gestão municipal. Se não, chegaremos aos 200 anos sem um eficiente sistema de transporte de massa, e, ainda por cima, sem vagas para estacionar.

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