UM DIA APÓS a reeleição da presidente Dilma Rousseff para a chefia do governo brasileiro, o impostômetro da Associação Comercial de São Paulo registrou R$ 1,345 trilhão, às 11 horas da manhã. O valor equivale aos impostos, taxas e contribuições pagos pelos consumidores brasileiros desde o 1º dia do ano. Com este valor seria possível ao governo construir 30 milhões de casas populares, ou 4,6 milhões de postos de saúde equipados, ou 97 milhões de salas de aula, ou doar cestas básicas para toda a população brasileira durante 22 meses. Ou ainda 9,6 bilhões de bolsas-família.
APESAR do baixo crescimento da economia, a arrecadação tributária continua se sustentando — embora num ritmo mais lento do que nos anos anteriores. Na avaliação de economistas, o grande problema é que as despesas caminham num ritmo mais rápido e os resultados das contas públicas têm sido decepcionantes. A má notícia é acompanhada de outra: dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) mostram que 36% do total produzido no país nos primeiros seis meses do ano foram pagos em impostos.
A ELEVADA carga tributária nacional faz vítimas em todas as classes sociais do Brasil. Uma simples conta de luz vem repleta de tributos e impostos que aumentam em mais de um terço o valor pago efetivamente pelo consumo. Existem casos piores, principalmente para os adoradores da cachaça, que pagam 81,8% de imposto, ou o fumante, que deixa 80,4% para o Leão, ou o entusiasta de videogames, que desembolsa 72,1% para o governo.
A TÃO sonhada reforma tributária — prometido pela presidente Dilma em seu discurso após o resultado eleitoral — ainda não conseguiu sair do papel e a conclusão é drástica: o ano vai-se embora e até o momento a proposta não apareceu na pauta de discussão do Congresso. Enquanto não sai, estados e municípios ficam impossibilitados de empreender as reformas nas suas respectivas bases. No caso de Nova Friburgo o dilema é o mesmo.
AS MÚLTIPLAS facetas da economia friburguense, com forte vocação industrial, exigem dos poderes públicos medidas que possam dar continuidade a esse o processo histórico de formação econômica, ampliando o parque industrial e, consequentemente, gerando novos empregos. O crescimento das exportações friburguenses e a consolidação das indústrias metal-mecânicas e de moda íntima são fortes indicadores para a ampliação de políticas de incentivo e promoção.
A REFORMA desejada pelas classes produtivas — e também pela sociedade — precisa ser agilizada em nome do crescimento nacional. Caso contrário, o país ficará refém de suas políticas econômicas muitas vezes desastradas e impede que a sociedade consiga avançar. A reforma não é só necessária. É vital para o Brasil.
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