Editorial - Reforma possível - 1º de dezembro 2011

quinta-feira, 01 de dezembro de 2011
por Jornal A Voz da Serra

O SUPREMO Tribunal Federal (STF) começou ontem o julgamento de três ações que tratam da aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições de 2012. A lei impede a candidatura de políticos condenados pela Justiça em decisões colegiadas ou que renunciaram a cargo eletivo para evitar processo de cassação.

ANTES da suspensão do julgamento, no último dia 9 de novembro, somente o relator do caso, ministro Luiz Fux, havia votado a favor dos pontos da lei que garantem sua aplicação em 2012. O Supremo vai analisar ponto a ponto a lei e definir se as regras são constitucionais e podem ser aplicadas já no ano que vem.

ESTÁ gravada no consciente nacional a maléfica associação da mentira com a política. A dobradinha está em toda a parte, nas campanhas eleitorais com as famosas promessas de candidatos aos acordos descumpridos dos governantes e mesmo a traição política. E mudar a natureza humana associada aos interesses materiais é tarefa impossível.

OS DIVERSOS escândalos que não foram punidos no Brasil mostram que a impunidade tem dominado a cena política, perdoando condenados que não deveriam fazer parte do conjunto de cidadãos que criam as leis no país. Porém, infelizmente o perdão também se associa ao tempo que tudo apaga. Assim acontece também com políticos de passado nebuloso que hoje voltam ao poder pelas urnas da democracia.

UM BOM (mau) exemplo é o do senador Fernando Collor de Mello. Presidente da República afastado do poder pelo “impeachment” do Congresso, voltou à cena nacional ao sentar-se numa das 81 cadeiras daquele importante Poder, eleito pelo povo alagoano. E existem muitos outros exemplos que os cidadãos conhecem muito bem.

EM 2012, mais uma vez, o eleitor escolherá governadores, prefeitos e vereadores. E, ao que parece, a velha mentira voltará a frequentar os palanques de campanha, começando um novo ciclo de promessas e juras. Devemos continuar elegendo e reelegendo candidatos com o mesmo perfil político ou tentamos outras lideranças na sociedade que possam nos representar, isentos do rótulo de “mentiroso”?

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