Editorial - Reforma interminável - 17 de junho 2011

sexta-feira, 17 de junho de 2011
por Jornal A Voz da Serra

VEM GANHANDO força em toda a sociedade brasileira a discussão sobre a reforma política, como forma de estancar a onda de irregularidades na vida pública, praticamente interminável. Em pauta desde 1998 no Congresso, a reforma não consegue sair do papel e, ao que comentam os políticos de Brasília, para este ano o assunto dificilmente será votado.

TEMAS como o voto majoritário, fidelidade partidária, verbas de campanha, doações, lista fechada, voto distrital, etc., correm o risco de não serem debatidos para vigorar no pleito de 2012. A reforma política é tabu entre os congressistas e nem mesmo o governo demonstra intenções de mudar o que já existe.

O CIDADÃO brasileiro cada dia se desencanta mais com relação ao processo político, fato este comprovado a cada período eleitoral, evidenciado pelos votos brancos, nulos e abstenções. Diferentemente do que ocorre em outros países, o brasileiro não se sente atraído nem vinculado a políticos ou partidos políticos. Em razão de sua dimensão e complexidade, os partidos distanciaram-se do indivíduo, as decisões políticas são tomadas sem que haja participação popular.

COM O objetivo de obter vantagens individuais imediatas, os políticos hoje, infelizmente, não representam mais a sociedade, esquecendo que os partidos são associações de pessoas unidas pelos mesmos ideais. A influência negativa decorrente dessa ausência atinge a todos os municípios, indistintamente.

A REFORMA conseguiria diminuir uma série de dissabores e escândalos que hoje assolam a sociedade brasileira, transmitindo a perspectiva de melhores dias para a nossa democracia. O desafio é grande, mas a vontade popular poderá obter êxito na medida em que os parlamentares forem pressionados pelos eleitores a discutir e votar o mais rápido possível a sonhada reforma.

OS POLÍTICOS que estão de olho nas eleições de 2012, disputando as prefeituras e câmaras municipais, deveriam mostrar ao eleitor um novo viés das atribuições públicas, lutando pela moralização de uma classe que, se está ruim devido ao desempenho de alguns irresponsáveis, é a melhor alternativa para atender os grandes desafios da sociedade brasileira.

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