Editorial - Questão de sobrevivência - 9 de junho 2011

quinta-feira, 09 de junho de 2011
por Jornal A Voz da Serra

O HEMOCENTRO de Nova Friburgo encontra dificuldades diárias para manter o estoque de sangue em níveis mínimos de segurança para atender a população friburguense e ainda a de mais 13 municípios da região, o que torna o problema mais grave. O nível de doações está abaixo do mínimo necessário, que seria entre 35 e 40 bolsas de sangue.

UMA UNIDADE hospitalar com a abrangência do HRS, com características regionais, devido à inexistência de outros hospitais do mesmo porte para atender a diversos municípios do Centro-Norte, necessita de sangue disponível em quantidade e qualidade adequadas. Sem o sangue, cirurgias são canceladas e será enorme o ônus se isto vier a ocorrer. É preciso, pois, compreender a importância da doação para manter os níveis adequados para o pronto atendimento hospitalar.

TAMBÉM será um desafio para a secretária de Saúde, Jamila Calil, dar continuidade ao Hemocentro construído anexo ao hospital e que até hoje, infelizmente, não abriu as suas portas. A prefeitura cumpriu sua parte na construção do prédio, porém o estado ainda não cumpriu a sua. Enquanto isso não acontece, o Hemocentro continua sua luta diária para manter os estoques de bolsas de sangue para atender friburguenses e não friburguenses.

OS EXEMPLOS de dificuldades encontradas pela população que utiliza o Sistema Único de Saúde mostram que, apesar da eficiência do modelo, as críticas maiores são pontuais envolvendo este ou aquele hospital, e não a rede organizada como um todo. Aí está a razão da sofrida busca pelo socorro médico. Os hospitais públicos não atendem como deviam, os estados jogam a culpa para a falta de verbas federais e os municípios recebem a totalidade das críticas. É a ponta que paga a conta.

NO CASO friburguense, a saúde pública sofre do mesmo mal que as outras cidades: falta de dinheiro, planejamento e gestão, pessoal especializado, manutenção. O desafio que tanto atormenta as nossas autoridades do setor, e que pede uma solução breve, deve ser compartilhado com a classe política e a sociedade em geral, buscando uma melhoria da qualidade em consonância com a opinião pública, vale dizer a população assistida pelo SUS.

AS LIDERANÇAS políticas municipais e regionais, independente das siglas partidárias, neste momento de dificuldades, não devem buscar o acirramento, adotando posturas do tipo “quanto pior, melhor”. Ao contrário, a moderna gestão pública ensina que “somos nós e não eu” e que os resultados, quando há união de esforços, são vantajosos para todos os lados. Na questão da saúde, só existe um partido: o da vida.

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