Editorial - Quem pode salvar o chalé

quarta-feira, 12 de maio de 2010
por Jornal A Voz da Serra

O OTIMISMO do presidente do Nova Friburgo Country Clube, Antonio Baptista, sobre a restauração do centenário chalé do clube, erguido em 1883 e hoje com visíveis sinais de deterioração, não deixa dúvidas que a obra poderá sair do desejo para a realidade. Se as expectativas forem confirmadas, conforme explanou em entrevista na edição de sábado de A VOZ DA SERRA, o patrimônio estará preservado, para deleite de friburguenses, sócios ou não daquele grande espaço cenográfico.

O APOIO AO trabalho de recuperação do chalé não se restringe apenas aos órgãos oficiais encarregados de gerir o patrimônio histórico e artístico do estado do Rio. Também poderá se materializar com a inclusão de empresas friburguenses que tradicionalmente promovem a arte e a cultura na cidade. A parceria com o poder público e a iniciativa privada têm sido a melhor solução para projetos culturais e o casarão poderá ter enfim uma restauração à altura.

O CASARÃO do NFCC é o exemplo mais recente da ausência de medidas para recuperar prédios de valor histórico, públicos ou privados, em Nova Friburgo. Louve-se o trabalho do setor cultural para criar novos mecanismos de apoio, como é o Conselho Municipal de Cultura e agora recentemente com a criação do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, destinado a orientar a política municipal de proteção dos valores culturais do município.

A MEMÓRIA historiográfica do município vem sendo muito bem guardada pelo governo através do Pró-Memória, atual Fundação Dom João VI, que cuida de um vasto material sobre a história do município, acessível a todos agora pela internet. E do demonstrado desejo do prefeito em valorizar as tradições e o passado de Friburgo.

O ACERVO de livros, fotografias, mapas, jornais e demais documentos realmente denota a preocupação com o nosso passado, as tradições e a história do município. Porém, não é apenas isto que faz o patrimônio de Nova Friburgo. Ele está nas ruas, nos casarios, nos prédios centenários, nas igrejas e praças, na mata atlântica.

O PATRIMÔNIO municipal deve ser visto em sua totalidade, fortalecendo as leis existentes e criando outras medidas que possam ajudá-lo a ser preservado. Cultura, educação, meio ambiente e turismo são apenas algumas áreas que não podem ficar fora da questão, sob o risco de perdermos tudo por falta de decisão política e de mobilização da sociedade organizada. Pode-se fazer muito com pouco.

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