Editorial - Por uma causa só

terça-feira, 19 de maio de 2009
por Jornal A Voz da Serra

ÀS 5 horas da tarde do último domingo, um helicóptero do Corpo de Bombeiros levantava voo do campo da Polícia Militar, na Vila Nova, levando a bordo um doente em estado grave. Uma competente estrutura de pessoal contando com uma sofisticada tecnologia médica se dedicava pacientemente a fazer a remoção da ambulância para a aeronave, num exemplo raro de investimento que é colocado para salvar, nem que seja apenas uma vida, com o dinheiro público.

SE toda a atenção dispensada para aquela pessoa fosse também dedicada aos que frequentam as filas noturnas às portas dos hospitais em busca de um atendimento ou mesmo para a marcação de uma consulta médica, as coisas andariam com a velocidade de um helicóptero. Porém, ‘e la nave va’. E os que ficam esperando a vaga, correm atrás de autorizações, carimbos, paciência e resignação. E muitas vezes ficam somente na fila de espera.

OS exemplos de dificuldades encontradas pela população que utiliza o Sistema Único de Saúde mostram que, apesar da eficiência do modelo, as críticas maiores são pontuais envolvendo este ou aquele hospital, e não a rede organizada como um todo. Aí está a razão da sofrida busca pelo socorro médico. Os hospitais públicos não atendem como deviam, os estados jogam a culpa para a falta de verbas federais, os municípios recebem a totalidade das críticas. É a ponta que paga a conta.

NO caso friburguense, a saúde pública sofre do mesmo mal que as outras cidades: falta de dinheiro, planejamento e gestão, pessoal especializado, manutenção. O desafio que tanto atormenta as nossas autoridades do setor e que pede uma solução breve deve ser compartilhado com a classe política e a sociedade em geral, buscando uma melhoria da qualidade em consonância com a opinião pública, vale dizer a população assistida pelo SUS.

AS lideranças políticas municipais e regionais, independente das siglas partidárias, neste momento de dificuldades, não devem buscar o acirramento, adotando posturas do tipo “quanto pior, melhor”. Ao contrário, a moderna gestão pública ensina que “somos nós e não eu” e que os resultados, quando há união de esforços são vantajosos para todos os lados. Na questão da saúde, só existe um partido: o da vida.

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