Editorial - Planos de mudança - 21 a 23 de maio 2011

segunda-feira, 23 de maio de 2011
por Jornal A Voz da Serra

ENQUANTO as autoridades preparam o plano para refazer as encostas e a construção de novas moradias para as famílias que perderam suas casas na tragédia de janeiro, diversos setores se mobilizam para traçar novos rumos de crescimento para a cidade, unindo as forças neste esforço de reconstrução. O desafio não é só do governo e, sim, de toda a sociedade.

O DISTRITO de Conselheiro Paulino, duramente atingido, lança-se num esforço conjunto de recuperação, procurando alternativas para suprir as dificuldades ainda encontradas, quatro meses após a enxurrada. Não apenas as residências, mas também a indústria e o comércio foram seriamente prejudicados, atingindo uma área de grande concentração de empresas e trabalhadores e responsável por substancial parcela da economia friburguense.

O POLO industrial ali instalado, constituído basicamente por centenas de micro e pequenas empresas, notadamente na área de confecção de moda íntima, além da metalurgia, se caracteriza por um quadro de dificuldades que deve receber a atenção dos governos e também pelo conjunto de novas medidas capazes de alavancar o progresso na região contando com o apoio da iniciativa privada. Além das dificuldades estruturais, a economia sofre com a falta de incentivos e estímulos fiscais.

UMA PROVA da disposição de enfrentar o longo período de reconstrução foi dada pela Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Nova Friburgo, a ACIANF, ao reinaugurar a Câmara Empresarial em Conselheiro, servindo como base para conjugar os esforços do empresariado e da sociedade naquele populoso distrito. Desde janeiro, a entidade vem buscando aglutinar os interesses da comunidade frente aos problemas encontrados, transformando-se num canal de comunicação permanente da sociedade junto aos poderes públicos.

O GRANDE número de MPEs instaladas no município requer ações deste tipo. Afinal, de cada três empregos criados no país nas áreas urbanas, dois são em pequenas e microempresas. Desde 1989 esses estabelecimentos estão em permanente expansão e multiplicaram o número de empregos, ultrapassando hoje a casa dos 31 milhões de postos de trabalho.

EMBORA pagando menores salários e oferecendo cargos de qualidade inferior aos dos trabalhadores das grandes empresas, as microempresas possuem grande capacidade de geração de empregos e respondem ao desafio brasileiro da empregabilidade. As promessas do Pré-Sal ainda estão distantes, assim como as verbas prometidas para a reconstrução, e a pressão das instituições, como a Firjan e a Acianf tem peso importante para a sobrevivência de uma população que cresce a cada dia.

É LOUVÁVEL o esforço das MPE para garantir o sucesso econômico do Brasil. Responsável por grande parcela da população economicamente ativa, as empresas mostram que o esforço vale a pena, superando a descrença de muitos quanto ao desempenho brasileiro. Uma correta resposta das pequenas ao desafio do crescimento e em Nova Friburgo a resposta também deve corresponder a esta perspectiva de desenvolvimento, com o apoio de suas legítimas representações.

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