A ECONOMIA brasileira apresentou ontem dois indicadores que revelam diferenças marcantes entre a expectativa da população e a avaliação do empresariado frente ao segundo semestre deste ano. De acordo com a Fundação Getulio Vargas, o índice de confiança do consumidor brasileiro subiu em julho e atingiu o maior patamar da série histórica iniciada em setembro de 2005.
O AVANÇO da confiança, segundo a avaliação da FGV, reflete a melhora em todos os quesitos, com destaque mais expressivo das expectativas para os próximos seis meses. Trata-se de um índice (ICC) que aponta se o consumidor está mais propenso ao consumo. A confiança dos consumidores, contudo, não é a mesma apresentada pela indústria brasileira.
DE ACORDO com a Serasa Experian, o processo de desaquecimento da economia deve se intensificar neste segundo semestre de 2011. O indicador de perspectiva econômica recuou 0,1% em maio em relação a abril, sendo a sexta queda mensal consecutiva. O patamar indica que, além de desaquecer, a economia deverá exibir crescimento abaixo do esperado, que é de 4,5% ao ano.
O AUMENTO das taxas de juros, a expansão menos acelerada do crédito e a implementação dos cortes orçamentários têm contribuído para um ritmo de crescimento menos intenso da atividade econômica. A avaliação aponta uma distância entre as expectativas da população e das empresas frente ao segundo semestre do ano.
A CRISE econômica mundial não pegou o Brasil no contrapé, ao contrário de economias como a Irlanda, Portugal, Espanha e Itália, por exemplo, que viram seus PIBs despencarem alguns pontos percentuais e o nível de desemprego subir a números preocupantes. Estamos nadando a favor da correnteza de nossos próprios rios e a economia interna está favorecendo o equilíbrio em relação ao comércio externo e à incerteza mundial.
O POLO moda íntima friburguense, embora com a perda sofrida na tragédia de janeiro, está em franca expansão e mesmo com a crise não alterou a sua produção, concentrando-se no mercado interno, que é o seu maior cliente. Responsável por uma fatia significativa do mercado nacional de moda íntima, Nova Friburgo não viu decrescer a sua produtividade e permanece mantendo empresas e empregos, atraindo mais compradores.
A FASE de recuperação da economia friburguense também requer medidas do governo que proporcionem a abertura para novas empresas e a formação e especialização profissional, dentre outros estímulos ao desenvolvimento industrial. Um bom entendimento com o governo estadual ajudará de forma significativa a engrossar o leque de ofertas, assim como junto ao governo federal.
A UNIÃO de esforços entre empresa e governos tem permitido avanços na economia de diversas cidades e a oportunidade que Nova Friburgo tem de manter estes laços deve ser fortalecida com diálogo político e projetos de crescimento. As empresas estão fazendo a sua parte, procurando deixar a crise para trás e buscando a qualidade, novos mercados e a inovação. Cabe ao governo dar a sua contrapartida, oferecendo infraestrutura e políticas públicas para ampliar as perspectivas de desenvolvimento do município.
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