COMO EM todos os setores da vida friburguense, também a cultura foi seriamente abalada com a enxurrada do dia 12, contabilizando perdas humanas e materiais, sendo a morte do músico Mario Jansen uma delas. Um olhar sobre o patrimônio histórico afetado principalmente no centro da cidade pode constatar que o prejuízo foi grande, sendo a Capela de Santo Antônio, no Suspiro, o símbolo cultural dessa perda.
TODO O patrimônio cultural público foi direta ou indiretamente afetado. Alguns, inclusive, se foram, como a Fonte do Suspiro e a Praça dos Trovadores. Em Riograndina, o ponto cultural foi afetado, assim como o Teatro Municipal, o anfiteatro e a Praça das Colônias. Na Praça Getúlio Vargas, o Centro de Arte e a Oficina-Escola de Artes também sofreram os efeitos do alagamento e dos fortes ventos.
A AJUDA está surgindo aos poucos e é digno de registro a presença da Fundação Roberto Marinho em Nova Friburgo, que se prontificou a fazer o restauro da capela do Suspiro, incluindo-se no grande trabalho de recuperação da cidade em todos os seus segmentos. A cultura friburguense ganha um aliado de alto prestígio, que poderá acenar, com o gesto, a inclusão de outros benfeitores culturais do município, nacionais e até mesmo internacionais, nesta difícil empreitada.
O TRABALHO de recuperação dos bens culturais é importante sob todos os aspectos. E uma delas é a necessidade de retomar a vida, com os seus serviços em funcionamento, voltando a cultura a se integrar como elemento de participação comunitária, colaborando com a elevação da autoestima friburguense, tão abalada neste momento. Além disso, a reabertura do Teatro Municipal e do Centro de Arte servirão de apoio logístico aos prováveis encontros e debates que deverão ser realizados em torno da recuperação da cidade.
SABEMOS que o Executivo municipal tem outras prioridades neste momento e que áreas como a Saúde, Habitação e Educação estarão à frente dos demais interesses. Porém, não podemos negligenciar nosso patrimônio imaterial, sendo a cultura friburguense um deles. Juntamente com seus atrativos naturais, a cultura se integra à tradição friburguense, que não deveria, neste momento, ficar à margem da recuperação da cidade.
PARA QUE as perdas não sejam maiores que as já constatadas, como o desinteresse pelo turismo cultural na cidade, devemos convocar as entidades para um trabalho de planejar o setor, para não sofrer descontinuidade ao longo do ano. Precisamos resgatar, com a ajuda de toda a comunidade, os valores que revelam os símbolos que enaltecem a cidade e orgulham a todos os seus filhos. Como a cultura.
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