EDITORIAL: Pequenos não ganham

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Lúcio Cesar Pereira)
(Foto: Lúcio Cesar Pereira)

O MUNICÍPIO é a base territorial do país. É onde tudo acontece. Sem política municipalista e sem respeitar as lideranças municipais que legitimam a vontade da população não é possível alcançar desenvolvimento com justiça social e ainda corre-se risco de retrocesso e do surgimento de problemas sociais.

NÃO É SEGREDO e a população sabe muito bem que a quase totalidade dos municípios brasileiros sobrevive graças aos repasses constitucionais e aos convênios – quase sempre a fundo perdido ou com contrapartida simbólica – que firmam com a União e o estado. A dependência crônica das prefeituras do estado do Rio é causada pela concentração de receita em Brasília, que abocanha a maior fatia, e no Palácio Guanabara, que fica com o segundo naco financeiro.

NÃO SERÁ fácil mudar as normas do pacto federativo na esfera da arrecadação. Sem alternativa, o caminho é investir nos municípios. Neste ano, se não houver obras e programas sociais, boa parte das prefeituras entrará na bancarrota. Centenas, senão milhares, de municípios com população inferior a dez mil habitantes estão à deriva.

OU O ESTADO e a União chegam até eles com saúde, segurança, educação, lazer, geração de renda e emprego – observadas as vocações locais -, habitação e transporte ou essas comunidades estarão fadadas ao encolhimento populacional com inevitáveis êxodos para a periferia das grandes cidades.

SEM números consolidados para confirmar a tendência positiva, caracterizando um crescimento, sindicatos das categorias unem-se aos empresários numa só ladainha contra o arrocho econômico, as taxas de juros e os aumentos generalizados.

EMPRESAS e empregados encontram-se no mesmo lado. As primeiras lutam para manter os negócios em atividade, enfrentando dissabores de toda ordem, principalmente tributária e fiscal. No caso friburguense, a preocupação é também com a ameaça dos manufaturados chineses que invadiram os mercados, colocando em risco a produtividade dos produtos friburguenses da moda íntima.

 POR SE TRATAR de ano de eleições municipais, 2016 é diferenciado. Milhares de candidatos a vereador, vice-prefeito e prefeito juntarão suas vozes à voz rouca das ruas cobrando as demandas de suas cidades. Se não forem atendidos, a insatisfação coletiva de juntará à crise que é bem palpável.

ASSIM COMO os demais municípios, Nova Friburgo não poderá cruzar os braços e aguardar as benesses do governo apenas. Deverá implementar políticas de desenvolvimento com enfoque principal na economia, oferecendo perspectivas positivas para a implantação de novas empresas, o que irá gerar emprego e renda para o município. A solução existe. Precisa, sim, de uma forte dose de vontade política e planejamento estratégico. Vale a pena investir no futuro.

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