EM CARTA endereçada ao prefeito Dermeval Neto e publicada parcialmente na edição de ontem de A VOZ DA SERRA, o ex-chefe da Defesa Civil de Nova Friburgo, coronel Roberto Robadey Jr., deixa claro a preocupação, como profissional, com o futuro do município frente às calamidades naturais e ao triste episódio de reconstrução da cidade após a chuva de janeiro passado. A preocupação não é apenas do coronel, e, sim, de toda a população.
DURANTE quase três anos à frente do órgão, atuando com extrema competência, Robadey não se queixa de falta de apoio do prefeito, mas sim das dificuldades estruturais de manter um organismo de defesa tecnicamente equipado e com pessoal qualificado para exercer a importante função junto à comunidade com verbas e recursos orçamentários compatíveis com as exigências, principalmente após a tragédia ocorrida há sete meses.
O APELO que o ex-titular faz ao chefe do governo municipal não é outro senão a estruturação do órgão, para que deixe a posição de órgão acessório para compor a estrutura funcional do Executivo com o nível de secretaria municipal de Defesa Civil. Um justo pedido para tranquilizar a população que ainda sofre os efeitos da chuva que deixou mortos, feridos e desabrigados.
O TRABALHO feito pela Defesa Civil friburguense durante a tragédia foi de suma importância para auxiliar nos trabalhos de atendimento à população atingida. Além de coordenar toda a mobilização das forças de segurança na difícil tarefa de proteger a população, a Defesa Civil não pode prescindir de apoio logístico e político para continuar a manter o serviço à altura das exigências, contando com o apoio integral das autoridades.
O DESASTRE climático deixou marcas profundas na cidade, cujas providências deverão ser tomadas pelas autoridades em todos os níveis, principalmente contando com o apoio de uma estrutura de Defesa Civil compatível com o porte do município e a gigantesca tarefa de reconstrução. Para tanto, é importante investir nos mecanismos de apoio à população, sendo a DF uma estrutura de apoio e salvamento das mais atuantes.
A SAÍDA do coronel Robadey deixa uma lacuna no serviço em Nova Friburgo, mas a sua substituição poderá ser feita sem traumas, se o governo compreender a função precípua da Defesa Civil e investir na sua estruturação com pessoal e apoio logístico adequados. Foi o que o coronel pediu ao prefeito e a população, em peso, também deseja.
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