EDITORIAL - Outro ano, mais promessas

domingo, 07 de dezembro de 2014
por Jornal A Voz da Serra

AS FÉRIAS escolares estão chegando e com elas, outra vez, repete-se a incógnita que preocupa com frequência os governos estaduais e municipais quanto à qualidade do ensino que vem sendo oferecido aos jovens de todo o país. Promessa permanente nas campanhas eleitorais, a melhoria do ensino não é atingida com a necessária efetividade e, ano após ano, a conta da educação fecha o período com um saldo negativo. Como será em 2015?

PESQUISAS EDUCACIONAIS comprovam que o Brasil alfabetiza muito mal os estudantes nas escolas públicas e mostram que o analfabetismo funcional atinge cerca de 68% da população, medido através das habilidades pessoais de interpretar textos e fazer operações matemáticas. Somando-se aos 7% da população que é totalmente analfabeta, chega-se à constatação de que 75% dos brasileiros não possuem o pleno domínio da leitura, ou seja, apenas 25% estão num  nível satisfatório de alfabetização. Um mau indicador para um país que precisa crescer e se desenvolver a passos largos.

O RESULTADO, mais uma vez, conduz ao raciocínio lógico e irrefutável dos benefícios que somente a educação poderá dar ao país para mantê-lo em desenvolvimento. Por mais que os governantes estufem o peito com o ufanismo das verbas para a educação, ainda falta muito para sairmos desta incômoda posição. Os resultados até agora são insatisfatórios.

AS POLÍTICAS PÚBLICAS apresentadas nos últimos anos, mais especificamente nos governos FHC, Lula e Dilma, evoluíram; porém, não a ponto de significar uma mudança fundamental de sua qualidade. O governo Dilma 2, por seu lado, ainda é uma incógnita quando o assunto é investimento na educação. Numericamente os dados educacionais apresentados pelas autoridades são animadores, mas na prática, a realidade é outra. Trata-se de muito pouco para um país com uma problemática educacional gigantesca.

O ESTADO DO RIO tem avançado em inúmeros setores educacionais. Tem destinado verbas para a educação, beneficiando todos os municípios, notadamente os do interior, dentro de uma política de valorização de cidades que até então viviam à margem do desenvolvimento. A inclusão digital torna-se realidade; os programas de formação profissional do magistério têm elevado a qualificação do professor; os estímulos de integração comunitária são muitos.

O MUNICÍPIO, por seu lado, tem feito grande trabalho na valorização do ensino público, inclusive fomentando atividades extracurriculares e no incentivo à leitura. Contudo, apesar dos avanços, ainda é pouco para preparar os jovens com uma educação mais qualificada. Sabe-se que a evolução dos indicadores sociais é lenta. A posição brasileira no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) não mostra avanço compatível com sua importância econômica numa lista de 177 países.  É preciso investir muito mais e sem a educação fundamental completa o nosso desempenho continuará apresentando os baixos resultados. Quem sabe, em 2015, o cenário se modifica? Com a palavra, as autoridades.


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