O RUMOROSO caso do deputado federal Sérgio Moraes (PTB-RS) que afirmou estar se lixando para a opinião pública, no caso escandaloso do ‘deputado do castelo’ (de R$ 25 milhões), Edmar Moreira, do qual é relator do processo de cassação do parlamentar mineiro, abre mais uma ferida dentre as graves doenças éticas porque passa o Congresso brasileiro e de resto as assembleias e câmara municipais. Opinião pública é lixo?
INÚMERAS propostas sobre a ética na política e a punição de pessoas envolvidas em esquemas de corrupção dormem no Congresso. Manifestos da sociedade, além de iniciativas do próprio Congresso propõem leis e estratégias para evitar casos de corrupção nas próximas gestões. Infelizmente, até agora, poucas são as soluções aprovadas.
LONGE DE ser uma proposta de reforma eleitoral, tão necessária, mas ainda distante do eleitor, as sugestões dizem respeito à fiscalização do processo político, já que pela Constituição brasileira, não pode haver mudanças nas regras eleitorais faltando menos de um ano para a eleição. São muitas as proposições, mas ainda não há consenso sequer para a apreciação das matérias pelas comissões.
O CONJUNTO de medidas quer criminalizar de forma mais clara as diversas atitudes políticas que a sociedade assiste e que, a princípio, não são crimes, mas revoltam pela ausência de mecanismos de controle para impedir ações antiéticas que hoje estão sendo tomadas livremente, sem punição adequada. Passagens aéreas, mordomias, funcionários fantasmas, para citar apenas alguns deslizes requerem uma vigilância maior do próprio Congresso e, corretamente, de toda a sociedade.
A OPINIÃO pública não é lixo. Quem assim pensa não representa verdadeiramente os anseios da população que os elegeu. São distorções como esta que maculam a imagem da política nacional, cada vez mais espoliada por maus exemplos, como o recente caso, sujando mais ainda a seriedade da classe política, bastante enfraquecida.
É PRECISO dar um basta à impunidade que envergonha a nação através de medidas corretivas e punitivas que possam redimir a classe política de tantos deslizes e mazelas. E, mais ainda, que os eleitores saibam votar corretamente em nomes que possam trabalhar pelo desenvolvimento e, não, com vistas ao enriquecimento pessoal. A reforma política que nunca sai do papel não pode demorar mais. É uma questão de sobrevivência da instituição e também da própria moral da sociedade. O Brasil não é um lixo. Alguns parlamentares, sim.
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