Editorial - O real e o imaginário

sexta-feira, 02 de outubro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

GANHA força no contexto das propostas do governo Heródoto a criação da secretaria de Leitura. Estranha no ninho dos organogramas do serviço público, a pretensão ganha notoriedade pelo ineditismo e pela inequívoca atenção dada pelo prefeito às inovações que elevem o conceito de Nova Friburgo no cenário nacional. A proposta deverá ser enviada em breve à Câmara Municipal.

O INCENTIVO chega numa boa hora, quando se constata a falta de hábito de leitura do cidadão brasileiro, que mal chega a ler dois livros por ano. O estímulo do governo é no sentido de mudar esta realidade, pelo menos no município. Todos sabemos como é importante a criação de hábitos de leitura nas nossas crianças e jovens e que são lacunas desta área, que estão na raiz de muitos problemas que afligem o panorama da educação no país, com reflexos também em Nova Friburgo.

MESMO COM inúmeras dificuldades, o governo federal é o maior comprador individual de livros escolares do mundo, embora, se considerarmos o número de matriculados no ensino fundamental, os programas sociais de compra de livros distribuem 3,3 livros por aluno por ano em média. Adquiriu 120 milhões de livros didáticos e 40 milhões de livros de literatura para uso nas escolas em 2003 e continua estimulando o hábito de leitura na rede pública de ensino.

A CRIANÇA, ao ser alfabetizada e tomar os primeiros contatos com a leitura e a conviver com os livros, terá menos dificuldades em selecionar e se aproveitar do saber que está nos livros. Se não ocorrer esta informação inicial, o hábito de leitura será um grande sacrifício, e a saída será o imediatismo da Internet ou da reprodução resumida, sem atingir o grande universo formador que só o livro pode dar.

NO CASO friburguense, a falta de bibliotecas nos bairros é um desestímulo à leitura e tal realidade deve ser revertida pelas propostas do futuro órgão. Sozinha, a Biblioteca Municipal não consegue suprir a carência dos estudantes e muitos deixam de ter acesso aos livros pela distância entre suas residências e o centro da cidade.

PODEMOS chorar sobre o assunto ou enfrentar o problema de frente e contribuir para o fortalecimento do hábito de leitura às futuras gerações. A criação de uma rede de bibliotecas nos distritos e localidades afastadas, por exemplo, serviria como um estímulo à qualificação escolar e à aquisição de novos hábitos nas novas gerações. A futura secretaria de Leitura, portanto, seria um bom presente do prefeito para as crianças em seu mês de comemorações.

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