Editorial - O choque em xeque

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

JÁ COMEÇOU a fazer efeito o choque de ordem proposto pela prefeitura, contra os infratores de diversas modalidades, principalmente motoqueiros e no cumprimento rigoroso das determinações do Código de Trânsito Brasileiro. Porém, muita coisa escapa ao olho da fiscalização. A bebida ainda é um grande problema, tanto nas estradas federais, quanto pelo seu uso combinado indevidamente com o volante nas ruas das cidades brasileiras, inclusive em Nova Friburgo.

EMBORA A lei seca ao volante esteja em vigor no país e preveja multas pesadas para o infrator, além da perda de pontos na carteira, o seu descumprimento é notório. A lei mais rigorosa, que culpa motoristas embriagados envolvidos em acidentes, tratando o caso como crime doloso, vem reforçar a preocupação do governo com os altos índices de acidentes envolvendo a embriaguez e o excesso de velocidade. Trata-se, pois, de medida corretiva que beneficia a sociedade indistintamente.

TODOS OS finais de semana as estatísticas de acidentes mostram que o problema não se resolve apenas com a lei. Inúmeros casos de embriaguez assumida revelam a consciência dos motoristas acerca da infração, o que mostra mais uma vez a irresponsabilidade de se combinar bebida com o volante. Os números, infelizmente, não baixam, indicando que ainda falta muito para se chegar a níveis satisfatórios de segurança nas estradas.

A FISCALIZAÇÃO nas estradas, contudo, esbarra na tímida infra-estrutura para realizar um trabalho mais abrangente na vigilância do trânsito. Em todo o Estado do Rio, por exemplo, nem todos os bafômetros existentes à disposição dos fiscais funcionam. Agrava-se o fato de, também, ser o Rio de Janeiro líder em acidentes causados por excesso de velocidade no país, à frente de São Paulo e Brasília.

A SITUAÇÃO pode ser comprovada em quase todas as estradas brasileiras, inclusive nas rodovias estaduais que passam por Nova Friburgo. Além de dar conta de todo o policiamento na região, a Polícia Militar não dispõe de efetivo para cumprir todas as suas atribuições, das quais o trânsito é uma delas, e a fiscalização coibindo a bebida alcoólica também.

O RIGOR NA punição de motoristas infratores deve servir de freio para conter os abusos que se verificam constantemente. Não é possível mais condenar a irresponsabilidade de motoristas tão somente a trabalhos comunitários, deixando o infrator em condições de voltar a dirigir sem uma justa punição.

O TRÂNSITO é tema permanente na agenda de trabalho das autoridades. Nova Friburgo, com um grande número de veículos, não pode prescindir de um planejamento que combine a oferta de transporte de massa eficiente com a conscientização de que o automóvel pode ficar mais tempo na garagem. É uma tarefa de longo prazo, que precisa começar agora, para evitar que o pior aconteça.

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