Editorial - No lixo, com zelo

quarta-feira, 04 de agosto de 2010
por Jornal A Voz da Serra

O BRASIL deu um passo importante em sua política ambiental, ao criar a Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada nesta semana pelo presidente Lula. Com a lei, o Brasil passa a ter um marco regulatório na área de resíduos sólidos. A lei faz a distinção entre resíduo, que pode ser reaproveitado ou reciclado, e rejeito, que não é passível de reaproveitamento. A lei se refere a todo tipo de resíduo.

A NOVA política pretende incentivar a reciclagem de lixo no país e o correto manejo de produtos usados com alto potencial de contaminação. Entre as novidades na nova lei está a obrigatoriedade de os fabricantes, distribuidores e vendedores a recolherem embalagens usadas. A medida vale para materiais agrotóxicos, pilhas, baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas e eletroeletrônicos.

O PROJETO de lei, que tramitou por mais de 20 anos no Congresso Nacional até que fosse aprovado, estabelece a integração de municípios na gestão dos resíduos e responsabiliza toda a sociedade pela geração de lixo. A legislação também determina que as pessoas façam a separação doméstica nas cidades onde há coleta seletiva. Catadores e a indústria de reciclagem receberão incentivos da União.

OS AVANÇOS da política ambiental brasileira beneficiam de fato Nova Friburgo, incentivando a um maior cuidado com o rico patrimônio natural que o município possui. O cuidado com o lixo é uma extensão da preocupação da sociedade com a melhoria da qualidade de vida, com a alarmante situação ambiental em todo o planeta e com a preocupação de deixar um mundo melhor para os nossos sucessores.

O LIXO reciclado em Nova Friburgo ainda está distante das atitudes ecologicamente corretas sonhadas por todos. Por questões diversas, da falta de interesse individual à coleta seletiva por todos os bairros, o município ainda não se adequou à nova prática. Para uma cidade com fortes vocações turísticas e ecológicas, tal atitude ampliaria ainda mais a imagem de Nova Friburgo por sua qualidade de vida.

CADA cidadão, friburguense ou não, libera em média sete toneladas ano de gás carbônico, de acordo com as estatísticas da ONU. Para compensar a emissão, deveria plantar, cada um, 38 árvores. Por tudo isso, e muito mais, somos responsáveis pelas alterações climáticas do planeta. Buscar uma saída envolve, portanto, toda a comunidade.

A PARTIR da educação ambiental, pode-se colaborar bastante para esta tomada de consciência. Porém, cabe aos governantes a tarefa de liderar esta mudança, oferecendo alternativas que beneficiem a população, ao tempo em que cria mecanismos mais eficientes de proteção ambiental. É uma tarefa para agora.

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