COMO nos romances de literatura policial, o mordomo é o culpado. Assim se repete a história com as declarações meteorológicas do ministro Edson Lobão, culpando a mãe natureza pelas causas do apagão que deixou milhões às escuras em 18 estados e causou um prejuízo de milhões de reais à economia doméstica e às empresas.
TENTAR atribuir o apagão à incidência de raios que caem no Brasil e em São Paulo especificamente é tentar enganar toda a nação e mais ainda a comunidade científica brasileira que questiona a gestão do sistema elétrico do país e soube explicar as dificuldades. Pior ainda é o governo isentar-se de responsabilidades na hora que toda a população sentiu os efeitos de nossa precariedade.
NOVA FRIBURGO como todas as cidades do sudeste, também foi prejudicada e pudemos ver como a falta de energia expôs falhas quanto à estrutura. Embora sem registros de ocorrências, a população constatou deficiências de segurança, falta de apoio logístico no trânsito e, o que é mais grave, a falta de geradores de energia em locais de grande afluência de público.
PASSADO o apagão, as autoridades investigam e procuram as causas, mas ninguém quer dar satisfações à população. O ministro das Minas e Energia não encontra respostas para a falta de prevenção de uma rede elétrica com milhares de quilômetros numa extensão territorial expressiva. E também não quer assumir a falha nem culpar o governo.
ALÉM do desgaste com o apagão, o governo também contabiliza perdas políticas, com o PMDB e o PT travando uma luta interna de poder. O primeiro é responsabilizado diretamente pela gestão da pasta que controla sob a tutela do ex-presidente José Sarney. E o segundo procura blindar a imagem da ministra Dilma Roussef, ex-titular da pasta e candidata à sucessão, do lamentável incidente.
RESTA ao consumidor procurar rever os possíveis prejuízos com o apagão dirigindo-se a órgãos de defesa do consumidor para procurar minimizar a sua perda. Porém, os estragos na imagem do sistema elétrico brasileiro somente serão reparados com uma política séria de prevenção e mais investimentos em energia. O apagão já passou, mas outros poderão ocorrer.
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