Editorial - Mudando o visual

quinta-feira, 20 de agosto de 2009
por Jornal A Voz da Serra

ASSIM como os canteiros da Avenida Alberto Braune estão sendo cuidados pela Prefeitura, conforme noticiou AVS em suas últimas edições, a poluição visual em Nova Friburgo, antes de ser um problema de pequena relevância, mostra a falta de disciplina de muitos comerciantes e empresários com a apresentação dos estabelecimentos, criando um visual desfigurado da principal característica da cidade – a beleza de sua natureza. Contrastando com a generosidade de suas matas, montanhas e florestas, a poluição visual da cidade é mais um desafio para os nossos administradores.

QUEM SE dispuser a observar a negligência com o visual urbano da cidade pode encontrar agressões até mesmo na principal avenida – a Alberto Braune. Em pleno centro da cidade, não é difícil enxergar irregularidades que deveriam ser coibidas pela fiscalização municipal. Poluição sonora, agressão visual, além de outras ilegalidades são praticadas sem que se receba do governo a devida fiscalização. Pratica-se de tudo sob a vista complacente das autoridades.

OS EXEMPOS da poluição sonora e visual não estão restritos apenas à principal rua da cidade. Nos bairros e distritos, as pequenas ilegalidades acumulam-se, transformando locais outrora pacatos e visualmente bonitos em conglomerados mal-ajuntados de casas, comércio e indústrias, sem uma preocupação maior com a estética e com os princípios de uma convivência saudável e civilizada. A poluição hoje é problema não apenas ambiental, mas, principalmente, de cultura.

O ESFORÇO para modificar este quadro começou pela própria prefeitura. Segundo declarações do governo, o esforço deve ser compartilhado também com a população, principal responsável pelo estado das fachadas, da colocação muitas vezes irregulares de anúncios espalhados indiscriminadamente pela cidade. Este é apenas um mau exemplo de civilidade, mas outros itens ainda preocupam as autoridades.

A MUDANÇA desse perfil deve ser estimulada a partir de já. Através do reestudo da Lei do Uso do Solo que é, sem dúvida, um importante balizador das novas posturas, o código vem sendo aguardado com expectativa pela população. E deve merecer também o apoio das entidades classistas, além dos políticos, avalizando a nova proposta do governo. A mudança é necessária para adequar o código aos novos hábitos e costumes, procurando atenuar o impacto ambiental contra a cidade.

MUDAR O cenário poluído da cidade é, pois, um compromisso do governo, mas deve, acima de tudo, ser um compromisso da própria população. É ela quem mais sofre os efeitos danosos da negligência, como também é ela quem sofre as piores consequências. Modificar este quadro deve ser o compromisso de toda a sociedade, e não apenas do governo. A poluição visual é um novo mal que precisa ser coibido com o apoio de todos. Antes que seja tarde demais.

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