Editorial - Mortos sem vez - 2 de novembro.

terça-feira, 02 de novembro de 2010
por Jornal A Voz da Serra

CAUSA surpresa e indignação o transtorno que a população friburguense está encontrando para enterrar os seus mortos. Fechado por determinação da Justiça, o Instituto Médico Legal (IML) do município clama por uma solução breve e definitiva. Porém, os problemas estruturais dos equipamentos de segurança pública na cidade ainda vão se arrastar pelo menos até final do ano, e esta situação poderá, portanto, se alongar.

O IML Friburgo, mal localizado, mal equipado e levando riscos à saúde pública, ao meio ambiente e à ordem urbana na cidade, não consegue prestar um atendimento necessário à população, impondo às famílias friburguenses os inconvenientes de verem levar os corpos de seus entes queridos para identificação na cidade de Teresópolis, a uma hora e meia de distância. Um transtorno causado pela ineficiência da máquina pública.

ATÉ HOJE, mesmo com todas as denúncias feitas pela imprensa, intermediações junto ao governo estadual, além das críticas de todos os cidadãos sobre as precárias instalações da área de segurança no município, o assunto permanece na esfera da Secretaria de Segurança sem perspectiva concreta de solução. Também nenhuma entidade de defesa dos interesses do cidadão no município fez coro contra este absurdo.

ALÉM do IML interditado, somam-se outros desconfortos para a população. A cadeia pública, o Instituto de Polícia Técnica e a ausência de delegacias Legal e de Atendimento à Mulher completam o quadro nada condizente com o porte e a importância estratégica do município no Centro-Norte Fluminense. O assunto vem sendo discutido há anos. Somente discutido.

EM BOA hora determinada pela Justiça, a interdição nos preserva de um mal maior, porém não resolve as necessidades da nossa comunidade para enterrar seus mortos. Nova Friburgo, assim como outras dez cidades que dependem dos serviços do necrotério, precisa definir este problema que interfere no cotidiano das famílias, causando mal estar, comoção e indignação.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade