RECLAMAÇÕES contra a entrega de correspondências pelos Correios costumam surgir com frequência, de norte a sul do país, chova ou faça sol. A tradicional pontualidade de uma instituição que há alguns anos era modelo de referência de serviço público junto à população agora ficou para trás. E a consequência pelo atraso invariavelmente vai para a conta do usuário.
CONTAS atrasadas e filas bancárias agora fazem parte do cotidiano da população que não pode esperar a entrega com a natural antecedência. E como a conta atrasada não é pagável no caixa eletrônico, o jeito é enfrentar as longas filas nas agências. Resultado: perda de tempo e prejuízo para os usuários.
AS DIFICULDADES antes eram localizadas nas regiões Norte e Nordeste, devido à falta temporária de aeronaves, que atrasavam a remessa. Porém, o mal agora se ampliou de norte a sul. Até no Rio Grande do Sul as entregas estão atrasadas. A população reclama com os carteiros, que estão na linha de frente com o público, achando que a culpa é deles.
A DIREÇÃO dos Correios reconheceu que a empresa enfrenta problemas estruturais
com aviões cargueiros que provocam reflexos em todo o Brasil. E diz que foram tomadas medidas emergenciais como a contratação de novas empresas para operar linhas desativadas, a compra de espaço em aviões de carreira e o uso de caminhonetes e de caminhões para transportar mercadorias que antes viajavam de avião. Mas o problema continua.
SEGUNDO o sindicato dos trabalhadores nos Correios este tipo de problema tem a intenção de servir como argumento para o governo e a direção dos Correios de que a empresa não vem atendendo bem à demanda da população e que precisa passar por uma ‘reformulação’ proposta no relatório do GTI (Grupo de Trabalho Interministerial),
que visa à transformação da Empresa Brasileira dos Correios e Telégrafos de hoje em Correios do Brasil S.A., o que, na prática, significa sua privatização, pois abre seu capital para a iniciativa privada.
ENQUANTO a solução definitiva não chega, os usuários continuam a reclamar e a empresa a se desculpar. Não é este o tipo de argumentação que serve para os clientes que, afinal de contas, pagam pelo serviço e desejam uma contrapartida
de eficiência e pontualidade. Coisa que infelizmente não temos nos dias de hoje. A quem reclamar?
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