A PROMESSA de construção de 3.300 casas em Conselheiro Paulino e no bairro Oscar Schultz feita pelo vice-governador e secretário estadual de Obras, Luiz Fernando Pezão, na terça-feira, pode ser um alento para quem perdeu suas casas na chuva de janeiro, mas não atende no curto prazo o drama de inúmeras famílias friburguenses.
A FALTA de moradias no município vem bem antes da tragédia, pois não há imóveis disponíveis para atender a população. Nem o aluguel social consegue responder a esta dificuldade, tornando a busca por um lugar seguro uma tarefa inglória. Basta ver nos sites das imobiliárias na internet para se comprovar a carência.
POR NÃO existir uma política habitacional no município, muitos imóveis foram construídos em áreas de risco e que hoje sofrem as consequências. Se a promessa de construção de casas for realizada pelo governo estadual, muitas famílias que hoje se arriscam a cada chuva poderão ter um lugar mais protegido para morar.
INÚMERAS tragédias já ocorreram em Nova Friburgo e estamos mal recuperados de outra que ressaltam a importância deste drama que atinge boa parte das cidades do Estado do Rio. O governo estadual admitiu a alta periculosidade dos morros e encostas no estado e criou um plano de remoção de famílias que vivem nestas arriscadas áreas. Nova Friburgo, duramente atingida em seus morros e encostas, necessita de atenção especial.
NEM TUDO é fácil para moradores das cidades que constroem sem um devido planejamento urbano, permitem o adensamento populacional em áreas de risco e não tomam providências para conter este avanço perigoso. O saldo de mortes ocorridas na Região Serrana foi um triste aviso da natureza, mas pouquíssimas cidades se preocupam devidamente com os danos que podem advir com as construções irregulares.
A DEFESA Civil de Nova Friburgo fez conhece as inúmeras áreas consideradas perigosas e que exigem uma atuação firme das autoridades. A previsão de chuvas no verão fluminense leva a Defesa Civil a montar planos para oferecer tal cobertura à população. Para os friburguenses a operação ganhou relevância mas o órgão continua prestando um eficiente serviço à comunidade em diversas ocasiões.
EMBORA exista um aparato preventivo, é preciso estabelecer uma política consistente sobre o uso do solo em Nova Friburgo. Este é um problema de todos e é importante rever as construções em locais perigosos. Se a Prefeitura agir assim, estará em sintonia com o governo estadual, que quer mudar a política de ocupação no Rio, estabelecendo limites ecológicos e físicos para impedir o crescimento exagerado de algumas áreas. O momento é de atualizar os conceitos e buscar ações eficazes e duradouras.
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