FOI PRECISO uma tragédia desproporcional, como a que acabou com o Morro do Bumba, em Niterói, soterrando dezenas de pessoas, podendo chegar a centenas, para o governo estadual admitir a alta periculosidade dos morros e encostas no estado do Rio e criar um plano de remoção de famílias que vivem nestas arriscadas áreas. Nova Friburgo também tem as suas e, como outras cidades, deverá aderir à proposta de Sergio Cabral.
MAS NEM tudo será fácil para moradores das cidades que constroem sem planejamento, permitem o adensamento populacional em áreas de risco e não tomam providências para conter o avanço indiscriminado. O saldo de mortes ocorridas no estado do Rio foi um triste aviso da natureza. Pouquíssimas cidades brasileiras se preocupam devidamente com os estragos que podem advir com as construções irregulares, inclusive em Nova Friburgo. Levantamento da Defesa Civil aponta para dezenas de áreas consideradas perigosas e que exigem uma atuação firme das autoridades.
A PREVISÃO de chuvas que ocorrem no verão fluminense leva Defesa Civil a montar planos para oferecer cobertura à população que esteja em áreas de risco ou venha a sofrer consequências de desabamentos por conta do período chuvoso. A operação não é novidade para os friburguenses, posto que o órgão tem prestado um eficiente serviço à comunidade em diversas ocasiões.
NA CIDADE, a população debate este assunto com frequência tendo em vista a preocupação que se abate a cada temporal. O momento, portanto, é de prevenir para não contabilizar prejuízos no futuro. Mas o governo Heródoto ainda precisará de muito mais para resolver, por exemplo, a ocupação indiscriminada em encostas e em áreas de risco. A chuva não tem hora para cair e os seus efeitos são imprevisíveis.
A FALTA de políticas habitacionais no Brasil, durante os últimos dez anos, impediu que a população mais carente tivesse uma proteção em casas construídas de forma ordenada, com orientação técnica pública e infraestrutura adequada. Por conta disso, espalham-se as favelas, as ‘comunidades’ ou os bairros populares, sem a menor condição de moradia. É um problema que exige solução imediata.
COMO afirmou o governador, é preciso estabelecer uma política séria de solo em todo o estado. Solo urbano é um problema de todos e é importante rever a construção em locais considerados perigosos, inclusive removendo famílias. Ele, assim como muitos outros políticos, quer mudar a política de ocupação no Rio, sendo favorável a estabelecer limites ecológicos e físicos para impedir o crescimento exagerado.
A HORA é de atualizar os conceitos e partir para ações duradouras e competentes. E não apenas fazer promessas em épocas de tragédias, principalmente em períodos eleitorais, como agora.
Deixe o seu comentário