Editorial - Hora e vez dos livros

segunda-feira, 31 de maio de 2010
por Jornal A Voz da Serra

AGORA É lei: todas as escolas são obrigadas a ter biblioteca. A lei foi sancionada pelo presidente Lula e publicada nesta terça-feira no Diário Oficial da União. A regra agora é que as escolas, tanto as públicas, quanto as privadas, tenham pelo menos um título por aluno matriculado e terão um prazo máximo de dez anos para instalarem os acervos de livros, documentos e material de vídeo.

NA MESMA balada da lei, a Secretaria Municipal de Educação inaugurou esta semana mais uma biblioteca escolar, desta vez para os alunos da Escola Municipal Hermínia Santos Silva, na Chácara do Paraíso. Com ela, 47 outras escolas já contam com bibliotecas ou salas de leitura. Agora, é preciso adequar o município à lei criando mais bibliotecas nas demais unidades escolares. Porém, continuamos com apenas uma biblioteca pública municipal instalada.

EM TERMOS gerais, a situação das bibliotecas públicas em todo o país é péssima e apesar dos esforços de seus funcionários, cumprem mal a função de garantir à população o acesso gratuito aos livros. Pesquisa realizada pelo Ministério da Cultura identificou cerca de 4 mil bibliotecas públicas em todo o país, em sua esmagadora maioria municipais. Mais de 80% de seu público é formado por estudantes, um indicador indireto da falta de bibliotecas nas escolas.

O ACERVO da grande maioria destas bibliotecas não é atualizado há vários anos; essencialmente, elas não compram livros, mas sobrevivem com doações, sem uma política de aquisições voltada para as necessidades de seus frequentadores específicos, os estudantes. E neste perfil, infelizmente, enquadra-se a biblioteca de Nova Friburgo.

NO CASO friburguense, a falta de bibliotecas nos bairros é um desestímulo à leitura e tal realidade deve ser revertida. A Biblioteca Municipal não consegue, sozinha, suprir a carência dos estudantes e muitos evitam o acesso aos livros devido à distância entre suas residências e o centro da cidade e o custo da passagem. Além disso, a má qualidade do ar no local contribui para aumentar os riscos à saúde humana, de funcionários e usuários daquele órgão público.

PODEMOS lamentar o triste caso de nossa biblioteca pública ou enfrentar o problema de frente e contribuir, cada um, para o fortalecimento do hábito de leitura em todo o município. Além do governo, muitas instituições poderiam dar a sua colaboração. A criação de uma rede de bibliotecas, por exemplo, serviria como um estímulo à qualificação escolar e à aquisição de novos hábitos de leitura na nossa comunidade. Um bom presente para as crianças e adultos.

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