OS GRANDES JORNAIS brasileiros estão programando cadernos especiais para registrar os 50 anos da revolução militar de 31 de março de 1964, que deixou o país à deriva do processo democrático, mergulhando numa ditadura que durou até 1985. Dentre os objetivos, estão análises e reportagens sobre o período com avaliações de historiadores, políticos e outras testemunhas deste episódio sombrio da História brasileira.
LONGE DE SER uma data festiva, o 31 de março nos leva a refletir sobre a importância de combater as ditaduras de quaisquer espécies e a manter inalterada a crença na democracia como o melhor regime para as nações. Enfrentamos o regime militar com uma oposição combativa, buscando fortalecer as instituições e pressionar pelas reformas constitucionais que garantissem os direitos de todos os cidadãos, o que ocorreu com a Constituição de1988.
PASSADOS 50 ANOS, o Brasil mudou para melhor. Conseguiu avanços significativos em todos os setores, engajou-se no desenvolvimento global, integrou-se ao rol das nações livres, confiante em seu povo e na força de trabalho de sua gente. Abriu-se para o mundo, superando a pecha de subdesenvolvido e de "republiqueta latino-americana”.
DURANTE OS GOVERNOS militares, Nova Friburgo também sofreu as influências da ditadura, seja através da censura, das eleições indiretas e da repressão que culminou com a morte de um friburguense caçado pelos militares no país — o estudante Mário Prata. Também sofreu com a ampliação das correntes conservadoras que até hoje, infelizmente, coabitam com o sistema de plena liberdade de expressão e manifestação.
NESSE TEMPO o país mudou e o cidadão comum viu-se integrado aos novos movimentos que modificam a cara do planeta, avançando nas conquistas sociais, ganhando o respeito das autoridades, lutando contra a exploração econômica e a injustiça.
AS MANIFESTAÇÕES ocorridas no Brasil ano passado são um reflexo desse descontentamento e mostraram que para se chegar à democracia plena é preciso enfrentar as "outras ditaduras” materiais e ideológicas que impedem este avanço. Melhor qualidade de vida, habitação digna, emprego, saúde e segurança são expectativas de todos nós e não podemos desistir de conquistá-las. A ditadura ficou para trás e agora, cada vez mais, devemos olhar para frente, confiantes em nosso futuro.
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