Editorial - Hedionda corrupção

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

O DIA Internacional contra a Corrupção também foi lembrado no Brasil. Na quarta-feira, o presidente Lula enviou ao Congresso projeto de lei que torna hediondo os crimes de corrupção e aumenta as penas para crimes correlatos, como o peculato, a concussão e a corrupção passiva.

A LEI, se aprovada, irá endurecer para o lado de políticos eleitos e das autoridades com poder decisório. Governadores, prefeitos, vereadores deputados e senadores, além de dirigentes de empresas públicas poderão ter pena mínima de oito anos. Como os crimes de corrupção se tornam hediondos, são inafiançáveis e podem levá-los à prisão temporária de até 60 dias.

A CADA dia aumenta mais o inconformismo da sociedade com os escândalos envolvendo políticos de todos os matizes e ideologias. O caso do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, é mais um desses e provavelmente não será o último. Começou com o mensalão do PT, passou para o mensalão do PSDB em 1998 envolvendo o ex-governador mineiro Eduardo Azeredo, culminando, agora, com a mensalão do DEM na capital federal.

GANHA força em toda a sociedade brasileira a discussão sobre a reforma política, como forma de estancar a onda de irregularidades na vida pública. Torna-se cada vez mais urgente pressionar o Congresso para que aprove as mudanças que há muito dormem nas mesas dos congressistas . Por conta desse desinteresse, o país vive hoje uma de suas piores crises institucionais.

O CIDADÃO brasileiro se desencanta cada vez mais com relação ao processo político, fato este comprovado a cada período eleitoral, revelando o crescente número de votos brancos, nulos e abstenções. Diferentemente do que ocorre em outros países, o brasileiro não se sente atraído nem vinculado a políticos ou partidos políticos. Assim, as decisões políticas são tomadas em gabinetes, entre um punhado de líderes partidários, sem que haja a menor condição de participação popular.

OS POLÍTICOS que vislumbram as eleições de 2010 deveriam lutar pela moralização e assumir uma nova postura frente às suas atribuições públicas, buscando ocupar os lugares dos maus políticos, como é o caso do governador brasiliense. E a alternativa para estancar o problema da corrupção nos governos é a reforma política. Mais que necessária, é ponto de honra para a sociedade.

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