Editorial - Forças contra o mal

sexta-feira, 15 de maio de 2009
por Jornal A Voz da Serra

A DEFESA contra o desmatamento da Amazônia ganha dimensões que vão muito além das fronteiras do pulmão do planeta. Ganha os corredores gabinetes e plenários do Congresso, refletindo o desagrado da população que assiste alarmada à falta de medidas de preservação ambiental que tenham como ponto de partida os interesses nacionais. Preservar a Amazônia é um dever de qualquer governo, de qualquer partido. Fala mais alto o interesse nacional

EM MENOR grau de magnitude, mas com a mesma importância e preocupação é o trato da Mata Atlântica, que abriga uma das maiores biodiversidade da Terra. Fragmentada por poucos estados brasileiros, pouco resta da exuberância que deteve até o século XIX e Nova Friburgo consegue ainda preservá-la em grande parte de seu território. Assim como a distante Amazônia centraliza as atenções em Brasília, cabe ao friburguense vigiar a sua mata, antes que seja tarde demais.

DEVIDO à sua área e situação geográfica a terra friburguense tem sido alvo de pressões para a utilização desse patrimônio em favor da especulação imobiliária, das construções irregulares e da produção rural muitas vezes desordenada, revelando uma busca pelo crescimento econômico nociva ao meio ambiente e consequentemente ao próprio homem. Tais atitudes formam um novo desafio aos governantes para promover políticas governamentais de desenvolvimento e encontrar alternativas para o modelo até agora adotado.

A PERDA de reservas naturais também atinge a Mata Atlântica em Nova Friburgo, principalmente nos distritos de interesse turístico e econômico. Os exemplos são inúmeros, avançando por diversos caminhos, como ao longo da Serramar, estrada ecológica de rara beleza natural ainda não plenamente administrada pelas autoridades ambientais do município e do estado.

O IMPORTANTE patrimônio natural friburguense tem sido deteriorado ao longo dos anos por queimadas e pela construção irregular em encostas da cidade. Tanto na área rural como no perímetro urbano constrói-se em locais que, há bem pouco tempo eram totalmente cobertos por vegetação e foram lentamente desmatados. Tais problemas são agravados pela falta de investimentos na preservação ambiental, que promove a descontinuidade de uma política preservacionista tanto desejada e uma fiscalização que cubra os mil quilômetros quadrados do município.

MAIS UM aniversário da fundação da cidade estará sendo comemorado amanhã e, dentre tanta homenagens, o cidadão deveria lembrar-se do raro pedaço de Mata Atlântica que nos rodeia e protege. Tamanho patrimônio é parte integrante de Nova Friburgo e o melhor presente que a cidade pode receber nestes 191 anos de idade será o olhar afetuoso e preservacionista das nossas autoridades e de seus habitantes para esta inigualável joia da natureza que ainda detemos.

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